Xi e Putin reforçam ‘apoio mútuo’ e prometem relação ‘não influenciada por terceiros’
Presidente chinês aprovou esforços entre delegações russa e norte-americana para resolver guerra na Ucrânia; Moscou ressalta que vínculo com Pequim 'não está sujeito a influências externas'
Por telefone, o presidente da China, Xi Jinping, e seu homólogo russo, Vladimir Putin, reafirmaram nesta segunda-feira (24/02) a “amizade” e o vínculo diplomático entre seus países, no âmbito do terceiro aniversário da operação militar da Rússia na Ucrânia.
“Pequim e Moscou são verdadeiros amigos que se apoiam mutuamente”, reforçou o mandatário asiático, de acordo com a agência de notícias estatal chinesa Xinhua, acrescentando que sua nação aprova “os esforços positivos realizados pela Rússia e pelas partes interessadas em resolver” a guerra iniciada em 2021, em referência ao encontro ocorrido na última semana em Riad, na Arábia Saudita, entre representantes russos e norte-americanos.
Na última terça-feira (18/02), as delegações de Moscou e Washington se reuniram na capital árabe, onde foram debatidas a reconstrução das relações bilaterais, os preparativos para uma reunião entre os presidentes Putin e Donald Trump, bem como as perspectivas para resolver o conflito na Ucrânia.
Durante o telefonema, sem mencionar os Estados Unidos, Xi garantiu que, apesar das recentes mudanças do cenário internacional, as relações entre a China e a Rússia “prosseguirão”.
“As estratégias de desenvolvimento e as políticas externas da China e da Rússia são de longo prazo”, afirmou o líder de Pequim, reiterando que seus laços não seriam influenciados por “terceiros”.
O presidente também lembrou Putin que, em setembro passado, China, Brasil e alguns países que compõem o Sul Global “fundaram, em conjunto, o grupo ‘Amigos da Paz’, a fim de criar uma atmosfera para promover uma solução política para o conflito” na Ucrânia.

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, com o homólogo chinês, Xi Jinping, no Grande Salão do Povo em Pequim, durante a visita de Estado em 2024
Já de acordo com o Kremlin, que descreveu a conversa como “calorosa e amigável”, o líder russo destacou “estar empenhado em eliminar as causas profundas da guerra entre Rússia e Ucrânia e em chegar a um plano de paz sustentável e duradouro”.
“Os líderes enfatizaram particularmente que o vínculo da política externa russo-chinesa é o fator estabilizador mais importante nos assuntos mundiais. É de natureza estratégica, não está sujeita a influências externas e não é dirigida contra ninguém”, relatou o Kremlin, em nota, sem fornecer detalhes.
Ainda nesta segunda-feira, durante uma coletiva, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Lin Jian, reiterou que Pequim continuará a desempenhar um papel construtivo na promoção da solução política da crise na Ucrânia.
Quando questionado pela imprensa se o país tem alguma nova iniciativa em relação a Kiev, após o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, ter recentemente expressado suas expectativas de conseguir ajuda da China, o representante asiático disse que o posicionamento do governo é “claro”.
“Desde o agravamento da crise, a China tem se comunicado com todas as partes relevantes, comprometendo-se a criar um consenso para o cessar-fogo e abrir caminho para as negociações de paz”, afirmou Lin. “A China sempre se manterá firme ao lado da paz, defenderá uma posição objetiva e justa e continuará trabalhando com a comunidade internacional para desempenhar um papel construtivo na promoção de uma solução política da crise”.
(*) Com Ansa e TASS
