China apoia que nações defendam soberania contra interferências externas

Em seu discurso de abertura na IV Reunião do Fórum Ministerial China-Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC), o presidente chinês Xi Jinping declarou o seu apoio aos países da América Latina e do Caribe para que “rejeitem interferências externas”.

O chefe de Estado chinês instou os países que compõem a CELAC a “seguirem um caminho de desenvolvimento de acordo com suas condições nacionais”.

“A China apoia as nações regionais na defesa de sua soberania e independência nacional”, disse o presidente durante seu discurso de abertura na 4ª Reunião Ministerial China-CELAC.

O encontro em Pequim conta com a presença de chanceleres e representantes da CELAC e dos presidentes do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva; Chile, Gabriel Boric e Colômbia, Gustavo Petro, cujo país ocupa a presidência rotativa do bloco.

Segundo o líder chinês, sua nação e os países da América Latina e do Caribe são “membros importantes do Sul global” e devem permanecer unidos diante das crescentes tensões geopolíticas, dos “confrontos entre blocos” e das “crescentes tendências ao unilateralismo e ao protecionismo”.

“Trabalharemos com os países da América Latina e do Caribe para salvaguardar firmemente o sistema internacional e falar em uma só voz sobre assuntos internacionais e regionais”, enfatizou.

“Desenvolvimento e revitalização são nossos direitos inerentes, e equidade e justiça são nossa aspiração comum” diante da “turbulência e confronto geopolítico”, disse Xi, enfatizando o trabalho conjunto “para praticar o verdadeiro multilateralismo, salvaguardar a equidade e a justiça internacionais e promover a reforma do sistema de governança global para fomentar a multipolaridade”.

O líder observou que o comércio entre a China e a região atingiu US$ 500 bilhões pela primeira vez no ano passado e expressou que sua nação deseja continuar promovendo apoio mútuo com a América Latina e o Caribe em questões que impactam seus “interesses e preocupações fundamentais”.

Xi anunciou que seu país fornecerá uma linha de crédito à região no valor aproximado de US$ 9,2 bilhões e fortalecerá a colaboração em segurança e aplicação das leis.

“Devemos fortalecer os intercâmbios em vários campos e fortalecer a comunicação e a coordenação em grandes questões internacionais e regionais”, disse Xi, anunciando que, nos próximos três anos, Pequim convidará 300 líderes de partidos políticos dos países-membros da CELAC para visitar a China para “trocar experiências sobre governança”.

Após a cerimônia de abertura, Xi ofereceu um almoço para os participantes, seguido pela sessão plenária da reunião, que será realizada a portas fechadas e concluída com a adoção de uma declaração conjunta.

Os principais tópicos da reunião serão “Interconexão Elétrica e Energia Renovável” e “Integração Comercial”,  temas alinhados a dois dos principais objetivos da China na América Latina: promover seu projeto Novas Rotas da Seda (BRI) e garantir acesso aos valiosos recursos naturais da região, como lítio, terras raras, petróleo e cobre.