O líder do grupo mexicano Exército Zapatista de Libertação Nacional (EZLN), subcomandante Marcos, reapareceu hoje (27) para lamentar a morte do bispo católico Samuel Ruiz, de 86 anos, que atuava como mediador entre o governo e os rebeldes. De 1994 a 1998, Ruiz atuou como mediador na busca por um acordo entre zapatistas e o governo mexicano. O religioso morreu na última segunda-feira (24).
“Embora houvesse poucas ou superficiais diferenças, as divergências e as distâncias, hoje, queremos enfatizar um compromisso e um caminho que não é apenas um indivíduo, mas uma corrente dentro da Igreja Católica”, diz o texto atribuído ao subcomandante Marcos e ao tenente-coronel Moisés, do Exército Zapatista de Libertação Nacional (EZLN).
Em seguida, o texto informa que as preocupações do bispo ultrapassavam as negociações com fins políticos. “[O bispo Ruiz] não só estava preocupado com a situação de pobreza e marginalização dos povos indígenas de Chiapas, como também trabalhou com uma heroica equipe pastoral para melhorar essas condições desumanas de vida”, acrescenta o texto.
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Segundo o EZLN, Ruiz foi alvo de perseguição, pressão e ameaças, incluindo tentativas de assassinato pelo chamado grupo paramilitar Paz e Justiça. Um destes episódios, de acordo com os rebeldes, ocorreu em fevereiro de 1995.
O EZLN é um grupo armado político-militar que ganhou força nos anos de 1980. A maior parte dos integrantes do grupo é de descendentes indígenas. De acordo com seus líderes, o objetivo do EZLN é implantar um sistema político socialista no México. Nos últimos anos, foram frequentes os conflitos entre os zapatistas e as autoridades públicas.
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