O presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, deu um ultimato ao governo golpista de Roberto Micheletti, afirmando que caso não seja reempossado imediatamente, dará por fracassada a mediação na Costa Rica na semana passada e tomará “outras medidas”. Segundo Zelaya, o “heróico povo” hondurenho está disposto a “tirar” do poder os golpistas.
“Damos um ultimato ao regime golpista (de Roberto Micheletti) para que no mais tardar na próxima reunião (entre representantes dos dois países), que será realizada esta semana em San José, Costa Rica, se cumpram as ordens expressas das organizações internacionais e da Constituição hondurenha”, disse Zelaya ao ler um comunicado na Embaixada de Honduras em Manágua, ontem (13).
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Zelaya também denunciou que o regime hoje no poder promove táticas dilatórias perante o processo de mediação e aumenta a “repressão sistemática” contra o povo hondurenho, como a suspensão ilegal de garantias constitucionais, perseguições, uso de violência e assassinatos de “manifestantes desarmados”.
O líder deposto denunciou que os membros que designou para participar da mediação “foram alvos de repressão, bloqueios telefônicos, ordens de captura, ameaças de morte, perseguição de familiares, cancelamento e intervenção de contas bancárias”.
Afirmou também que enquanto o governo golpista de Roberto Micheletti adia a restituição do governo constitucional, jornalistas estrangeiros são ameaçados e expulsos, há intervenção militar na imprensa e casas de pessoas e deputados contrários ao golpe são revistadas.
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Micheletti, que não descartou uma possível anistia para Zelaya mas rechaçou seu regresso ao poder, havia adiantado que a segunda rodada de negociações entre as delegações terá lugar neste fim de semana em San José. “Oficialmente nos foi informado que possivelmente no sábado seremos convocados de novo para a Costa Rica”, disse Micheletti na cerimônia de juramento do novo chanceler do seu governo Carlos López.
Ontem o secretário geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, ofereceu assistência técnica ao presidente costa-riquenho Óscar Arias, para a mediação que ele realiza entre o presidente deposto e o presidente golpista. O Departamento de Estado dos Estados Unidos, por sua vez, reiterou sua exigência de reestabelecer a ordem democrática em Honduras.
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