As entradas de Santiago amanheceram nesta sexta-feira (25/10) tomadas por caminhoneiros, taxistas, carros particulares e motociclistas em protesto contra o aumento do pedágio nas autopistas que passam pela cidade.
A mobilização aumenta ainda mais a pressão sobre o governo do presidente Sebastián Piñera e acontece em meio à chamada ”Revolta de Outubro”, que completa nesta sexta uma semana e que tem prevista para hoje o que está sendo considerado, possivelmente, a maior mobilização da história do Chile: um protesto na capital, previsto para as 17h (horário de Brasília).
A principal reclamação é relacionada com o aumento das tarifas. Anualmente, as concessionárias reajustam o preço do pedágio devido à fórmula prevista nos contratos, que prevê um fixo de 3,5% mais a inflação acumulada. Isso possibilitou que as operadoras das rodovias da região metropolitana de Santiago aumentassem o valor em 6,4%.
No caso dos caminhoneiros, os mobilizados são afiliados à Confederação Nacional de Donos de Caminhões (CNDC), que, na quinta (24/10), havia anunciado os protestos sob o argumento de que o pedágio “da região metropolitana [de Santiago] nos asfixia. (…) A ideia é demonstrar um incômodo, já que o TAG tem sido um abuso”, disse Juan Araya, diretor do órgão.
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Caminhoneiros protestam contra pedágio nas autopistas que cortam Santiago
O TAG-Televia, sistema de pedágio usado no Chile, é semelhante ao Sem Parar, de São Paulo, em que o motorista pode passar pela praça direto, tendo descontado o valor correspondente de maneira automática. A diferença, no Chile, é que o preço varia de acordo com o movimento da estrada e o momento do dia.
‘Mobilização cidadã’
A mobilização encontra apoio em outros sindicatos que não são vinculados à CNDC. “O TAG e o Televia urbano é muito caro para nós, gente que vem de Arica, que vai a Puerto Montt, é para todos os chilenos. Nós somos transportadores pequenos e médios empresários que não são representados nem pela CNDC, nem pela Confederação Nacional do Transporte de Carga do Chile, é uma manifestação e mobilização cidadã. (…) Trata-se de uma mobilização cidadã apoiando nossos filhos e os estudantes de nosso país”, disse Mario Valdés, dirigente da Associação Gremial de Transporte de Carga do Chile, a El Mostrador.
O movimento dos caminhoneiros está previsto para terminar no dia de hoje, e não envolve, até o momento, os caminhões que fazem o abastecimento de mercadorias na cidade.