No sábado (30/8), o jornalista Bruno Torturra, do site Fluxo, publicou uma entrevista com o próprio Hart, em que ele conta não ter vivenciado diretamente o episódio. “Disseram que, quando cheguei, um segurança do hotel iria me abordar, mas não testemunhei isso“. Nessa entrevista, Hart diz que não foi barrado pelo hotel.
Carl Hart é negro e veio a São Paulo palestrar sobre a guerra às drogas e como ela é usada para marginalizar e excluir parte da população. Antes de se tornar um cientista respeitado, com três pós-doutorados, e um dos maiores nomes sobre o estudo de drogas, era usuário de crack. Ele decidiu tornar-se especialista nos efeitos do crack para entender como a droga tinha destruído sua comunidade. E virou um neurocientista, com seus dreads e os três dentes de ouro.
Ao começar sua fala, provocou as mais de mil pessoas que estavam no auditório: “Olhem para o lado, vejam quantos negros estão aqui. Vocês deviam ter vergonha”. Não havia nenhum negro na plateia.
“Segundo as imagens, em momento algum Hart foi abordado por seguranças ou impedido de entrar no hotel”, disse Renaud Pfeifer, gerente-geral do Tivoli, à Folha.
De acordo o jornal, “o hotel afirmou ainda ter entrado em contato com o hóspede, que negou ter sido barrado durante a sua estada.”
O site Justificando atualizou neste sábado a reportagem original, publicando uma nota do hotel e adicionando uma atualização, ambas registradas abaixo.
O Tivoli São Paulo – Mofarrej tem como objetivo e hábito receber hóspedes e clientes de diversos países e em variadas ocasiões.
Nas duas vezes em que a equipe de Samuel ligou para o Tivoli-Mofarrej, na sexta-feira e no sábado, foi informada de que o hotel se pronunciaria apenas na segunda-feira.
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