Manaus, com os rios Negro e Solimões, em imagem da Nasa via Wikimedia Commons
Mais de 150 novas barragens planejadas na bacia Amazônica poderiam perturbar significativamente a conexão entre o rio Amazonas e os Andes, com impactos substanciais nas populações de peixes, nos ciclos de nutrientes e na saúde da maior floresta tropical do mundo. É a conclusão de um estudo dos pesquisadores Matt Finer e Clinton Jenkins, da Universidade do Estado da Carolina do Norte, EUA, como reporta o site Mongabay.
Os cientistas se basearam em bancos de dados públicos, entraram em contato com os governos e documentaram planos de novas barragens em Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador e Peru. Eles descobriram que 40% destes projetos já estão em estágio avançado de planejamento e mais da metade deles seria de grandes barragens, com produção superior a 100 megawatts. 60% das barragens “causariam a primeira grande ruptura na conexão entre as águas dos Andes e da Amazônia”, enquanto mais de 80% “iriam levar ao desmatamento devido à construção de novas estradas, instalação de linhas de transmissão ou inundações”. “Aparentemente, não há um planejamento estratégico que lide com as possíveis consequências da ruptura de uma conexão ecológica que existe há milhões de anos”, declarou Finer sobre o impacto na bacia Amazônica.
Os projetos também teriam impactos sociais. Quarenta barragens seriam construídas “imediatamente acima ou abaixo” de territórios indígenas. Os autores concluem que não há uma política de avaliação dos impactos sociais e ecológicos da “febre de barragens” em toda a bacia. “Nós concluímos que há uma necessidade urgente de avaliação estratégica das novas barragens e de um plano para manter a conexão Andes-Amazônia. Nós também julgamos necessário uma reconsideração da noção de que hidrelétricas são uma fonte de energia de baixo impacto.”
Leia mais sobre o importante alerta sobre as barragens na Amazônia no site Mongabay.
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