Atualizada às 13h26
O chefe da unidade da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) para Doenças Negligenciadas, Tropicais e Transmitidas por Vetores, Luis Castellanos, alertou para os impactos que o avanço da pandemia do novo coronavírus está causando no combate à malária na América Latina.
Em nota divulgada pela Opas nesta nesta segunda-feira (06/07), Castellanos afirma o primeiro impacto da pandemia pode ser observado na redução na detecção e tratamento e de casos de malária, devido a barreiras para diagnóstico precoce.
“Devido à pandemia de covid-19, as pessoas podem relutar em procurar diagnóstico e tratamento precoces para malária porque estão preocupadas em ir às clínicas, e a equipe da malária nos serviços de saúde pode ter sido transferida para trabalhar na pandemia”, afirmou o especialista.
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Castellanos ainda aponta para problemas de abastecimento causados por restrições de circulação impostas pela pandemia de covid-19 e lembra que “embora a cadeia de suprimentos tenha sido afetada, existem medicamentos para tratar a malária”. Desde o início da pandemia, a cloroquina, medicamento utilizado contra a malária há quase 70 anos, ganhou destaque após ser sugerido por Donald Trump e Jair Bolsonaro, mesmo não havendo comprovação científica de sua eficácia contra o novo coronavírus.
Opas Brasil
Nas Américas, 138 milhões de pessoas vivem em áreas em risco desta doença
Vulnerabilidade
Em relatório publicado em junho deste ano, a Opas já destacava uma agravamento no combate à malária e manifestava preocupação com áreas onde residem comunidades indígenas, em cidades da região amazônica do Brasil e Peru e na região do Pacífico na Colômbia.
Segundo a organização, 138 milhões de pessoas nas Américas vivem em áreas em risco desta doença. Em 2018, cerca de 765 mil casos e cerca de 340 mortes foram relatadas.
Ainda de acordo com o relatório, a incidência de malária estava caindo na região antes da chegada da covid-19, mas oito países relataram um aumento de casos da doença: Haiti, Nicarágua, Panamá, República Dominicana, Honduras, Costa Rica e Suriname.
*Com ONU News