(*) Atualizada em 21 de agosto, às 16h20
As autoridades sanitárias da Argentina confirmaram nesta quarta-feira (21/08) que o exame laboratorial do tripulante do navio isolado no Rio de La Plata, em decorrência de suspeita de mpox, teve resultado negativo.
No dia anterior, o governo argentino havia ativado um protocolo de emergência de interesse internacional após receber informações sobre um cidadão, de nacionalidade indiana, que apresentava lesões cutâneas do tipo vesicular no tronco e no rosto, compatíveis com os sintomas da doença.
O navio em questão, de bandeira liberiana “Ina-Lotte”, havia partido do porto de Santos, no litoral paulista do Brasil, e tinha como destino o porto San Lorenzo, na província argentina de Santa Fé.
Em nota, o Ministério da Saúde do país platino informou ter posto imediatamente o barco em quarentena e que seriam colhidas amostras das lesões do paciente, conforme as indicações da vigilância epidemiológica. Médicos e profissionais de saúde também foram enviados até a embarcação para realizar um check-up em toda a tripulação a bordo.
“Equipes da Vigilância Sanitária de Fronteira entrarão na embarcação utilizando medidas de proteção adequadas, farão inspeção e toda a tripulação será mantida em quarentena até que os resultados dos exames sejam divulgados”, disse a pasta, na ocasião.
Até o momento, não foram registrados casos da nova variante mais contagiosa da mpox na Argentina. No entanto, o país decidiu reforçar “as recomendações de acordo com as orientações do Regulamento Sanitário Internacional para alertar todos os funcionários fronteiriços nos portos, aeroportos e fronteiras em caso de suspeitas por via terrestre”.
A mpox foi declarada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como uma emergência em saúde pública de importância internacional em razão do risco de disseminação global e de uma potencial nova pandemia.
Doação de vacinas à África
Na semana passada, a organização Médicos Sem Fronteiras (MSF) fez um apelo aos países detentores de reservas de vacinas contra a mpox para que doem doses à África, caso não tenham focos ativos da doença.
Em seu portal oficial, a ONG salientou que as doações precisam acontecer em um período de até 15 dias, que é o tempo estimado para manter o vírus sob controle e evitar um alastramento ainda maior no continente africano.
A MSF, que afirma “esperar pelas doses há um mês”, também solicitou à fabricante Bavarian Nordic que reduza os preços dos imunizantes.
“Assim que as vacinas chegarem, a campanha de imunização começará imediatamente. Nossa ONG estima que são necessárias 10 milhões de doses para toda a África, com um mínimo de três milhões destinadas à República Democrática do Congo”, disse a entidade. Vale lembrar que a República do Congo é tida como epicentro da emergência sanitária entre os países africanos.
Desde o início do ano, o continente registrou mais de 17,5 mil casos de contágio da mpox, resultando na morte de pelo menos 517 pessoas em 13 países, segundo o balanço do Centro de Prevenção e Controle de Doenças da África.
Com Ansa e Agência Brasil