Diante de novos casos de mpox registrados pelo mundo, o Instituto Pasteur se pronunciou nesta segunda-feira (19/08) sobre a possibilidade de se engajar em uma iniciativa contra a doença. Entidade de renome internacional em pesquisa e luta contra patologias infecciosas, a fundação diz que aguarda “um pedido das autoridades francesas” para entrar em ação contra a epidemia.
Antes de se lançar em uma iniciativa nacional, o instituto indicou que desde o fim de semana sua célula de intervenção biológica (Cibu) já analisa “amostras suspeitas” da doença. Os trabalhos começaram após o sinal verde da Direção Geral da Saúde da França.
Na epidemia precedente de mpox, em 2022, a fundação tratou de pacientes contaminados, o que a permitiu “ativar um protocolo interno para testar pessoas com sintomas suspeitos (…), em condição de segurança máxima”, indicou em comunicado. O informe reitera que o instituto está “à disposição das autoridades sanitárias para vacinar todas as pessoas que fazem parte da população visada pelas recomendações sanitárias”.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomendou nesta segunda-feira que os países afetados pela mpox comecem a vacinação em regiões onde casos foram registrados. A doença não exige uma estratégia de vacinação em massa: a imunização é recomendada apenas indivíduos em situações específicas, que tiveram contato físico com um doente ou que pertencem a grupos considerados “de risco”, como pessoas com HIV ou profissionais expostos ao vírus.
Situação sanitária “séria”
Na última quarta-feira (14/08), o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, declarou a mpox como uma emergência de saúde pública internacional. “Trata-se de uma situação sanitária séria”, sublinha Yasmine Belkaid, diretora-geral do Instituto Pasteur.
Já o primeiro-ministro francês, Gabriel Attal, declarou “estado de vigilância máxima” do sistema de saúde do país na sexta-feira (16/08). O governo da França deve fazer novos anúncios nesta semana sobre os futuros protocolos a serem seguidos.
Em uma entrevista ao jornal francês La Tribune, o ministro da Saúde Frédéric Valletoux disse que “casos esporádicos” de mpox devem ser registrados “em breve, sem dúvidas” na França.
Casos de mpox pelo mundo
Entre os quase 19 mil casos de mpox no continente africano, 16.800 contaminações suspeitas ou confirmadas foram registradas na República Democrática do Congo, epicentro da epidemia, onde mais de 500 pessoas morreram desde o início deste ano por complicações da doença.
Na quinta-feira (15/07), a Suécia indicou ter registrado um caso da cepa 1b, mais violenta e contagiante do que a 2b, endêmica no oeste da África. As Filipinas anunciaram nesta segunda-feira ter detectado uma primeira infecção, mas até o momento a cepa não foi revelada. Já a contaminação identificada no Paquistão não tem relação com a cepa africana, afirmaram as autoridades sanitárias locais nesta segunda-feira.