Os Estados Unidos confirmaram na última segunda-feira (06/01) a primeira morte de um paciente por gripe aviária no país. Trata-se de um homem de 65 anos que vivia no estado da Louisiana e que também sofria de outras doenças.
CDC is saddened by Louisiana’s report that a person previously hospitalized with severe avian influenza A(H5N1) illness (bird flu) has passed away.
CDC has carefully studied the available information about the person who died in Louisiana and continues to assess that the risk… pic.twitter.com/FqZQcffEOd
— CDC (@CDCgov) January 7, 2025
No último 18 de dezembro, o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) norte-americano anunciou a vítima como o primeiro caso humano da doença nos EUA. Na ocasião, as autoridades sanitárias informaram que o idoso contraiu o vírus através de aves infectadas presentes no quintal de sua casa, sendo hospitalizado em seguida.
No mesmo dia, o governador da Califórnia, Gavain Newsom, declarou estado de emergência para a gripe aviária entre o gado leiteiro local.
Segundo análise da agência de saúde dos EUA no corpo da vítima, “havia mutações de baixa frequência no gene da hemaglutinina [proteína que liga o vírus à célula infectada]” que “não foram encontradas nas sequências virais de amostras de aves coletadas na propriedade do paciente, sugerindo que as alterações surgiram no homem após a infecção”.
Risco de epidemia
Entre 2022 e 2024 foram confirmados 66 casos de H5N1 em território norte-americano. Já no mundo os números chegaram a mais de 950 entre 2003 e 2024, sendo que metade dos contaminados faleceram.
Neste contexto, o CDC declarou que “embora trágica, uma morte por gripe aviária H5N1 nos EUA não é inesperada devido ao risco conhecido de que a infecção por tais vírus cause doenças graves e óbito”.
Assim, o CDC “continua a avaliar que o risco para o público em geral permanece baixo”; além disso, “não foi identificada qualquer transmissão de pessoa para pessoa”, sendo que a maioria das infecções pela doença “está ligada à exposição de humanos a animais”.
“Pessoas expostas a aves e outros animais infectados em atividades de trabalho ou recreativas têm maiores riscos de contaminação”, alertou o organismo.
A Opera Mundi, Cláudio Maierovich, médico sanitarista da Fiocruz de Brasília, afirmou que não é possível ainda ter certezas do que pode resultar desse avanço de casos da gripe aviária. Porém, declarou que o “risco vem aumentando progressivamente”. “E o mundo precisa estar preparado para a possibilidade de epidemias”, completou.
Sobre os riscos de que a gripe chegue ao Brasil, o especialista entende que o país é um local de muitas interações com os Estados Unidos, sejam elas comerciais ou de turismo. Nesse sentido, afirmou que, caso o vírus passar a ser transmitido entre pessoas por via respiratória, “é grande a chance de que se torne pandêmico”.
“É importante que haja monitoramento dos vírus em circulação, planos de resposta e preparação com produção de vacinas e estoque de medicamentos antivirais”, pontuou
(*) Com Ansa e colaboração de Fernanda Forgerini