Quarta-feira, 14 de maio de 2025
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Os Estados Unidos confirmaram na última segunda-feira (06/01) a primeira morte de um paciente por gripe aviária no país. Trata-se de um homem de 65 anos que vivia no estado da Louisiana e que também sofria de outras doenças.

No último 18 de dezembro, o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) norte-americano anunciou a vítima como o primeiro caso humano da doença nos EUA. Na ocasião, as autoridades sanitárias informaram que o idoso contraiu o vírus através de aves infectadas presentes no quintal de sua casa, sendo hospitalizado em seguida.

No mesmo dia, o governador da Califórnia, Gavain Newsom, declarou estado de emergência para a gripe aviária entre o gado leiteiro local.

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Segundo análise da agência de saúde dos EUA no corpo da vítima, “havia mutações de baixa frequência no gene da hemaglutinina [proteína que liga o vírus à célula infectada]” que “não foram encontradas nas sequências virais de amostras de aves coletadas na propriedade do paciente, sugerindo que as alterações surgiram no homem após a infecção”.

NIAID/Flickr
Entre 2022 e 2024 foram confirmados 66 casos de H5N1 em território norte-americano

Risco de epidemia

Entre 2022 e 2024 foram confirmados 66 casos de H5N1 em território norte-americano. Já no mundo os números chegaram a mais de 950 entre 2003 e 2024, sendo que metade dos contaminados faleceram.

Neste contexto, o CDC declarou que “embora trágica, uma morte por gripe aviária H5N1 nos EUA não é inesperada devido ao risco conhecido de que a infecção por tais vírus cause doenças graves e óbito”.

Assim, o CDC “continua a avaliar que o risco para o público em geral permanece baixo”; além disso, “não foi identificada qualquer transmissão de pessoa para pessoa”, sendo que a maioria das infecções pela doença “está ligada à exposição de humanos a animais”.

“Pessoas expostas a aves e outros animais infectados em atividades de trabalho ou recreativas têm maiores riscos de contaminação”, alertou o organismo.

A Opera Mundi, Cláudio Maierovich, médico sanitarista da Fiocruz de Brasília, afirmou que não é possível ainda ter certezas do que pode resultar desse avanço de casos da gripe aviária. Porém, declarou que o “risco vem aumentando progressivamente”. “E o mundo precisa estar preparado para a possibilidade de epidemias”, completou.

Sobre os riscos de que a gripe chegue ao Brasil, o especialista entende que o país é um local de muitas interações com os Estados Unidos, sejam elas comerciais ou de turismo. Nesse sentido, afirmou que, caso o vírus passar a ser transmitido entre pessoas por via respiratória, “é grande a chance de que se torne pandêmico”.

“É importante que haja monitoramento dos vírus em circulação, planos de resposta e preparação com produção de vacinas e estoque de medicamentos antivirais”, pontuou

(*) Com Ansa e colaboração de Fernanda Forgerini