O relatório “Estado da Insegurança Alimentar e Nutrição no
Mundo em 2018”, divulgado nesta terça-feira (11/09), mostra que a fome no mundo
regressou aos níveis registados há 10 anos. O estudo revela que o número de pessoas
subnutridas aumentou de 804 milhões em 2016 para cerca de 821 milhões no ano
passado.
Segundo a pesquisa, a variação do clima e os eventos
climáticos extremos, como secas e cheias, são os principais responsáveis pelo
aumento da fome, além dos conflitos e da desaceleração econômica.
Os dados mostram que, sem esforços urgentes, a comunidade
internacional não vai cumprir o objetivo de erradicar a fome até 2030. A situação,
diz a ONU, está piorando na América do Sul e em algumas regiões da África. A
tendência de decréscimo da fome na Ásia também desacelera de forma
significativa.
O relatório também afirma que pouco progresso tem sido obtido
em outras áreas – em especial, no desenvolvimento retardado de crianças e na obesidade
infantil. Havia 151 milhões de crianças com menos de cinco anos com crescimento
retardado no ano passado, comparado a 165 milhões em 2012. Cerca de 39% destas
crianças estão na Ásia e mais de metade, 55%, estão na África.
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Além da FAO, o relatório foi preparado por outras quatro agências da ONU, Fundo Internacional para o Desenvolvimento Agrícola, Fida, Programa Mundial de Alimentos, PMA, Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef, e Organização Mundial da Saúde, OMS.
Em nota conjunta, as agências dizem que os dados do relatório “são um sinal claro de que existe muito trabalho para ser feito para alcançar o objetivo de não deixar ninguém para trás em relação à segurança alimentar e nutrição”.
“É preciso melhorar a coordenação entre os órgãos internacionais e intergovernamentais, visando fortalecer as capacidades dos governos para que eles mesmo definam e implementem as políticas mais adequadas para a sua própria realidade. E é preciso implementar ações que fortaleçam a resiliência dos meios de subsistência e dos sistemas alimentares, inclusive as estratégias que visam a resiliência face aos eventos climáticos extremos”, afirmou à ONU News a especialista em segurança alimentar e nutrição do órgão para Agricultura e Alimentação, FAO, Anna Kepple.
(*) Com ONU News