Jornalista há mais de 50 anos, Paulo Cannabrava
Filho lança, nesta sexta-feira (28/09), sua mais nova obra. A Governabilidade Impossível (Editora Alameda),
reflete sobre como aspectos históricos da formação brasileira levou o país até
o momento atual. Insegurança jurídica, modelos políticos e econômicos desiguais e plutocracia que provoca,
repetidamente, rupturas institucionais.
Cannabrava considera que o atual cenário político está à
beira de um abismo, com lideranças políticas, ora presas através de um processo
de judicialização da política, ora voltada para um protofascismo que ameaça a frágil democracia
brasileira. O autor tenta propor soluções, através de um projeto tocado por uma
frente ampla independente, socialmente justa e com base na soberania popular.
Entre os problemas apresentados pelo jornalista, está a
própria organização do sistema eleitoral. “Essas eleições (de outubro) se
parecem muito com as de 2014. Ela é a confirmação de que a democracia que temos
é uma farsa. Temos 35 partidos atomizando os votos, mas 70 partidos esperando
aprovação. Isso é uma loucura. Como construir consenso com essa dispersão de
forças que não são ideológicas. São organizações reunidas em torno de
interesses”, argumenta.
O livro será lançado nesta sexta-feira, às 18h30, em São
Paulo, na Pequena Livraria da Alameda, que fica na Rua 13 de Maio, 353, na Bela
Vista.
“No livro, conto a história da formulação dos partidos desde o tempo do
Brasil reino, passando pelo Império, República Velha. A partidocracia
brasileira foi montada para segurar uma plutocracia que só pensa nela e que
nunca fez nada em benefício do povo. Isso teve uma ruptura em 1930 e esse mesmo
poder oligárquico, plutocrático, o poder do dinheiro, é restaurado em 1945.
Todos os partidos então são estruturados repetindo o poder oligárquico para
manter o povo alijado”, diz Cannabrava.
Plutocracia
O economista Ladislau Dowbor assina o prefácio da obra. Dowbor faz uma
defesa da política para o povo. “Virar as costas para a política e deixar
a bandidagem corporativa financeira rolar solta, evidentemente, não resolve.
Temos que retomar as rédeas do desenvolvimento”, afirma sobre a
plutocracia apontada por Cannabrava.
“A ampla retrospectiva que Paulo traz no livro nos
permite ter um recuo relativamente ao caos e à gritaria que hoje caracterizam a
política no Brasil. Em nome de ‘consertar o país’, estão destruindo a
democracia, entregando petróleo, terras e empresas, liquidando direitos dos
trabalhadores, desarticulando políticas sociais básicas nas áreas de saúde e
educação — enfim, gerando uma grande farra que articula oligarquias nacionais e
interesses transnacionais, não mais contidos pelas instituições, por regras do
jogo democráticas”, afirma Dowbor, sobre o delicado momento pré-eleitoral.
Serviço
Data: Sexta-feira, 28 de setembro.
Horário: 18h30 às 21h30.
Onde: Rua 13 de Maio, 353 — Bela Vista, São Paulo.
(*) Com informações da Diálogos do Sul. Publicado na Rede Brasil Atual
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