Na província colombiana de Meta, a oito horas de carro da capital Bogotá, 260 ex-guerrilheiros do antigo grupo armado Farc, que vivem no acampamento Mariana Páez, hoje comandam o hotel Jardín de la Montaña.
De acordo com a revista britânica The Economist, o lugar é rodeado de árvores e rios, com alojamentos rústicos, mas que proporcionam a visão de uma Colômbia rural de bonitas paisagens.
Com capacidade para 60 pessoas, as instalações já possuem energia elétrica, mas também oferecem banhos frios ou, até mesmo, nos rios da região, onde o hóspede pode lavar suas próprias roupas.
Após o acordo de paz assinado entre o antigo grupo guerrilheiro e o governo colombiano em 2016, muitos ex-combatentes não conseguiram se reinserir no mercado de trabalho, tendo que buscar outros meios de sobrevivência.
Uma das fundadoras do projeto do Jardín de la Montaña, Luz Marina Giraldo, diz à revista que foi muito difícil encontrar emprego para os moradores do acampamento por conta do preconceito contra ex-guerrilheiros.
“Ah não, você é um ex-guerrilheiro, você não”, diz a colombiana citando as justificativas dos empregadores para recusar trabalho aos membros das Farc.
O acordo de paz prevê um programa de reinserção dos ex-combatentes na sociedade, proporcionando educação de nível básico e médio, moradias e apoio financeiro.
Porém, segundo o periódico, os programas assistenciais são vagarosos e ainda não conseguiram chegar a todos os antigos membros da guerrilha.
Os moradores do acampamento cultivam a maioria dos alimentos que consomem e contam com a ajuda financeira de algumas ONG's. Uma padaria está sendo instalada no local e irá empregar mulheres, deficientes físicos e idosos.
Segundo a revista, a expectativa é que o hotel Jardín de la Montaña seja referência no ecoturismo e traga benefícios para a população local.
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