Sábado, 12 de julho de 2025
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Um grupo de indígenas da etnia Misak derrubou a estátua do conquistador espanhol Sebastián de Belalcázar na cidade de Popayán, no departamento de Cauca, nesta quarta-feira (16/09). A ação foi filmada e repercutida pelos jornais locais.

Uma das líderes do grupo, Diana Jembuel, afirmou ao El Mundo que as pessoas derrubaram o monumento como “um ato simbólico de repúdio a tanto extermínio […] físico e cultural” dos indígenas colombianos, como os Misak, os Nasa e os Pijao.

Já o prefeito da cidade, Juan Carlos López, repudiou a ação e disse que ela foi “um ato violento contra um símbolo de uma cidade multicultural”. López ainda reafirmou que a estátua, erguida no fim da década de 1930, será restaurada.

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O espanhol Belalcázar fundou a cidade de Quito, em 1534, bem como outras localidades colombianas como Popayán e Cali, além de uma cidade que leva seu sobrenome. É considerado um dos maiores colonizadores europeus no país.

Jembuel ainda acrescentou na entrevista ao jornal que considera que Belalcázar foi “um dos líderes que apoiou a escravidão, exterminou os povos indígenas e massacrou os povos africanos” e disse que apenas a “oligarquia queria essa estátua em Popayán”.

Ação foi um 'juízo histórico que condena o genocídio, a expropriação e a grilagem de terras', disse Movimento das Autoridades Indígenas

Reprodução

Ação foi um ‘juízo histórico que condena o genocídio, a expropriação e a grilagem de terras’

Em nota publicada pelo jornal El Tiempo, o Movimento das Autoridades Indígenas do Sudoeste afirmou que a ação foi um “juízo histórico que condena o genocídio, a expropriação e a grilagem de terras” e “o desaparecimento físico de povos que faziam parte da Confederación Pubenence através da tortura com técnicas de empalhamento e ataques com cachorros assassinos”.

O ato lembrou cenas vistas em outros países, em especial nos Estados Unidos, no Reino Unido e na Bélgica, onde monumentos que exaltavam figuras históricas de supremacistas foram derrubados durante a onda de protestos pela morte do negro norte-americano George Floyd.