Um ataque com faca deixou quatro pessoas feridas na manhã desta sexta-feira (25/09) em Paris, a cerca de 100 metros das antigas instalações do jornal satírico Charlie Hebdo, no 11° distrito da capital, nas proximidades da praça da Bastilha. Dois suspeitos já foram presos pela polícia. Apenas um homem teria proferido as facadas.
O ataque aconteceu às 11h45 pelo horário local, 6h45 em Brasília. Duas pessoas socorridas em estado grave pelo Samu não correm perigo de morte, segundo informações do canal BFMTV. Essas vítimas seriam empregados da agência de produção Première Ligne, localizada nas redondezas.
O primeiro-ministro francês, Jean Castex, anunciou a criação de uma célula de emergência na sede do Ministério do Interior. A região do ataque foi bloqueada pela polícia. O comércio e estações de metrô nas redondezas foram fechados. Alunos de cinco escolas nas proximidades não podem deixar os estabelecimentos até segunda ordem.
Um pacote suspeito encontrado no prédio da antiga redação foi examinado pelos policiais e não contém material explosivo.
Reprodução/France 24
Ataque com faca perto da antiga sede do Charlie Hebdo deixou ao menos 4 feridos
Esse ataque ocorre no momento em que a França julga onze acusados de cumplicidade no atentado que dizimou a redação do semanário satírico em 7 de janeiro de 2015, matando 12 pessoas, incluindo os principais cartunistas da publicação e policiais (um deles estava na rua). Os réus também são acusados de envolvimento nos atentados que se seguiram, que deixaram uma policial e quatro mortos no supermercado judaico Hyper Cacher, perto da praça Nation.
Na quarta-feira passada, em virtude do processo, a redação de Charlie publicou novas caricaturas do profeta Maomé, que estiveram na origem do atentado contra a redação. O presidente Emmanuel Macron apoiou a decisão da publicação, defendendo a liberdade de imprensa vigente na França e o direito de blasfemar.
A Al Qaeda, que reivindicou os ataques de 2015, prometeu novos atentados contra a redação do jornal satírico. Nesta semana, a diretora de recursos humanos de Charlie, Marika Bret, que foi casada com o cartunista Charb, uma das vítimas do massacre executado pelos irmãos Chérif e Said Kouachi, recebeu ameaças de morte e foi retirada às pressas de sua casa pela polícia. Ela está sob proteção da polícia em um local desconhecido.