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Sociedade

Grupo de compra e venda entre progressistas reúne mais de 100 mil pessoas no Facebook

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Esquerda Compra da Esquerda promove economia solidária ao dar espaço para vendedores progressistas; grupo começou no final de 2020

Redação Opera Mundi

São Paulo (Brasil)
2021-01-12T19:59:00.000Z

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Um grupo de compra e venda feito por pessoas de esquerda e progressistas de diversos lugares que pretende reunir de artistas plásticos e cozinheiros a costureiras e cabelereiros. Essa é a proposta do Esquerda compra da Esquerda (ECDE), do qual 105 mil pessoas já fazem parte no Facebook, compartilhando produtos e serviços. 

O "embrião" do grupo surgiu em 2019, quando a artista plástica Erica Caminha pensou em abrir uma cooperativa internacional que vendesse produtos de protesto, como bandeiras, canecas e bonés. No entanto, o processo de abertura não foi para frente, fazendo com que a ativista dos direitos humanos recorresse ao Facebook no final de 2020. Em novembro, a artista plástica alterou o nome de um grupo que participava com outras 150 pessoas para Esquerda Compra da Esquerda, no intuito de promover essa interação entre vendedores e consumidores.

Em entrevista a Opera Mundi, Caminha afirmou que o grupo é um espaço de "pertencimento" e "liberdade" de estar com pessoas "gente como a gente". "[Esquerda Compra da Esquerda] é sobre pertencimento, sobre estar entre os seus e você não temer o que é e o que pensa. Essa liberdade de ser o que somos dentro de um grupo feito para a gente, como pessoas como a gente", disse. 

Dentro do espaço, as publicações são separadas em produtos, serviços, alimentos e bebidas, vestuários e acessórios, arte, saúde, turismo e outras categorias. Para fazer parte dessa rede é preciso ser aprovado pelos moderados do grupo. Ao solicitar entrada, é necessário responder um questionário que será avaliado, assim como o perfil do Facebook. 

A idealizadora do projeto declarou que essa etapa é complexa, pois a moderação, que no total são 40 pessoas, evita "infiltrados que possam prejudicar o movimento". "Tem esse lado, claro, fascistas não entram de forma alguma. E ainda excluímos quem está lá dentro que tem essa posição", afirmou. 

Caminha não conseguiu mensurar o quanto já foi comercializado dentro do ECDE, mas afirmou que, em média, os moderadores recebem 500 anúncios diários de vendas para serem publicados no grupo. Cerca de 30 mil pessoas ainda estão na lista para serem aprovadas ou não. 


Divulgação
Esquerda Compra da Esquerda promove economia solidária ao dar espaço para artistas plásticos a cabelereiros

Segundo ela, há uma certa "tranquilidade" das pessoas gastarem dinheiro com aqueles que não nos "chamam de corruptos e inventam calúnias".

"Nunca imaginei que um projeto, que começou como algo pessoal, pudesse ajudar tantas pessoas. As pessoas estão conseguindo pagar suas contas, colocar comida na mesa e estão se sentindo reconhecidas pelo seu trabalho. E isso é muito importante. Tem que continuar a crescer e virar uma sociedade alternativa. Eu pelo menos vejo assim, como um bloco econômico", declarou.

A moderação também não permite debates políticos dentro do grupo, já que o foco ali é a venda e compra de produtos e serviços diversos. De acordo com Caminha, todos que ajudam a manter o ECDE são voluntários que "aprendem diariamente a lidar com esse espaço". 

Mas o grupo não está somente no Facebook: existe um site do projeto - por enquanto, somente em português, mas Caminha busca traduzir a página para outras línguas. A idealizadora anunciou que, no começo de fevereiro, estreia a ECDEtv, um canal que publicará conteúdos realizados por integrantes do grupo. O Esquerda Compra da Esquerda também está em outras redes sociais.

"Estamos diariamente aprendendo. Já cometemos erros que fazem parte. A esquerda tem um futuro grande pela frente, não sei se estou certa, mas que, dependendo das pessoas que estão no grupo, será gigante e maravilhoso", afirmou Caminha.

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Dolarização, crise e economia digital na Venezuela: o que disse Maduro no discurso anual

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Presidente venezuelano ofereceu balanço da sua gestão em 2020 à Assembleia Nacional; chavista ainda falou sobre covid-19 e plano de moradias populares

Michelle de Melo

Brasil de Fato Brasil de Fato

Caracas (Venezuela)
2021-01-13T13:00:00.000Z

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O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro ofereceu nesta terça-feira (12/01) seu balanço anual de gestão para o parlamento do país. Esta é a oitava vez que Maduro presta contas, no entanto, nos últimos quatro anos, ele apresentou o documento à Assembleia Nacional Constituinte, que finalizou seus trabalhos em dezembro de 2020. 

"Estar aqui hoje como presidente constitucional, com uma Assembleia Nacional renovada é um fato que se deve somente à vontade do povo, soberana e independente", afirmou Maduro.

A sessão também foi acompanhada pelo controlador geral, Elvis Amoroso, o procurador geral da República, Tarek William Saab, a presidenta do poder eleitoral, Indira Alfonzo, assim como pelo gabinete de ministros, governadores e embaixadores da China, Turquia e Rússia. 

Segundo a constituição venezuelana, depois de dez dias de iniciado o período legislativo, o presidente deve oferecer o balanço anual do Executivo. Maduro qualificou as cifras apresentadas de "proeza nacional" diante dos impactos do bloqueio econômico.

Pandemia

A Venezuela foi o primeiro país do continente a decretar quarentena a nível nacional, ainda no dia 14 de março de 2020. Hoje o país registra 116.983 infectados, com 95% de taxa de recuperação e 1.073 falecidos. Desde janeiro deste ano, o país retomou o plano 7+7: uma semana de confinamento social e uma de flexibilização.

Foram criadas mais de 14 mil brigadas de saúde de atenção casa a casa, 58 hospitais e mais de 400 centros de diagnóstico integral para atender pacientes com covid-19.

"Esse modelo nos permitiu a proximidade com as comunidades e, assim, identificar os problemas com antecedência", declarou Maduro. 

O presidente venezuelano ainda rechaçou as declarações do seu homólogo, Iván Duque, que afirmou que a vacinação massiva na Colômbia não incluirá os migrantes venezuelanos que residem no país. Já a Venezuela assinou um contrato de 10 milhões de vacinas com a Rússia, que serão aplicadas em venezuelanos e estrangeiros sem distinções. 

A expectativa é de que a imunização comece ainda no primeiro trimestre do ano. 

Maduro anunciou que para fevereiro irá triplicar a quantidade de voos do Plan Vuelta a la Patria (De Volta à Pátria), pelo qual 22.828 venezuelanos retornaram ao país -  a maioria, 7.285 retornaram do Brasil. Segundo o mandatário, 300 mil pessoas ainda estão na lista de espera para regressar ao país.

Dolarização e crise econômica

Entre 2007 e 2012, o Estado venezuelano recebeu fluxo positivo de financiamento, com um total de US$ 56,9 bilhões. Enquanto de 2013 a 2018, o financiamento reduziu a US$ 5,9 bilhões. 

"Duramos 13 meses sem vender uma gota de petróleo ao mundo e, no entanto, mantivemos o investimento social", declarou o chefe de Estado.

Entre 2015 e 2020, a Venezuela perdeu US$ 102,5 bilhões pela diminuição da produção petroleira em mais de 2 milhões de barris diários. Atualmente, a nação produz 390 mil barris de petróleo diários. A meta para 2021 é aumentar a produção para 1,5 milhão de barris diários.

O presidente venezuelano denunciou ainda que US$ 43 bilhões foram roubados, através das sanções emitidas pela Casa Branca e o Departamento do Tesouro, das contas da Venezuela em bancos nos Estados Unidos.

Prensa Presidencial
Presidente venezuelano ofereceu balanço da sua gestão em 2020 à Assembleia Nacional

De acordo com levantamento da empresa Datanálisis, 2020 foi o primeiro ano em que o envio de remessas do exterior superou os ingressos pela indústria petroleira. Houve uma queda de 75% da atividade petrolífera, com um ingresso de aproximadamente US$ 3,5 bilhões, enquanto as atividades econômicas não petrolíferas caíram um 14,8% e representaram US$ 10,2 bilhões para o Estado venezuelano.

Segundo o mesmo estudo, 61% das transações no país são feitas em dólares, 2,6% em outras moedas estrangeiras e 36,1% em bolívares soberanos, a moeda nacional venezuelana.

Maduro, no entanto, ofereceu outras cifras: 77% das transações comerciais são feitas pela via digital em bolívares, enquanto 20% são realizadas em dólares em espécie.

O chefe de Estado declarou que a liberação da circulação do dólar foi uma válvula para os ataques à economia e classificou de positiva a dolarização parcial do país.

Maduro assegurou que, ainda em 2021, será permitida a abertura de contas em dólares em bancos venezuelanos, com cartões de débito que farão a conversão imediata a bolívares soberanos. 

Transporte

Mais de 80% do uso de bolívares em espécie é destinado para o transporte público. Na capital Caracas, funciona o serviço de metrô, além de alguns ônibus do sistema público, chamados "metrobus". No entanto, a nível nacional a única opção de transporte coletivo é oferecida por cooperativas de motoristas de ônibus privados.

Nicolás Maduro afirmou que em 2021 a Venezuela caminhará para uma economia totalmente digital, começando pelo transporte público, que será cobrado através do "V-ticket" uma modalidade integrada e online. 

Apesar da modernização, o presidente venezuelano garantiu que os subsídios do combustível aos trabalhadores dos transportes serão mantidos. Somente em 2020, foram pagos US$134 milhões em subsídios.

Desemprego

No último ano, a taxa de desocupação subiu a 8,8%, quase dois pontos percentuais a mais que em 2019. Também foi registrada a redução do trabalho formal de 59% a 51%, enquanto os trabalhadores no setor informal chegam a 43,9%. 

No mesmo período foram registrados 421 conselhos produtivos de trabalhadores - núcleos de organização da classe trabalhadora que buscam assumir o controle da produção nos seus locais de trabalho.

O presidente venezuelano se comprometeu a elevar o valor do salário mínimo nacional, que hoje é e 400 mil BsS - equivalente a menos de um dólar.

No último ano, o país atingiu um recorde de 21,2 milhões de pessoas registradas no sistema Pátria - plataforma para acessar programas sociais e pela qual são pagos bônus pelo governo bolivariano todos os meses. O orçamento estatal aprovado para 2021 prevê que 76% dos fundos serão destinados à atenção social.

Apesar da crise generalizada e da pandemia, o setor da construção civil se manteve ativo. Através da Grande Missão Vivenda, 400 mil novas casas foram construídas durante 2020, ultrapassando a cifra de 3 milhões de moradias. Maduro assegura que a meta para 2021 é construir mais 500 mil casas aos venezuelanos.

Esequibo

A disputa entre Guiana e Venezuela pelos 159 mil km² do território do Esequibo foi outro tema abordado no discurso anual de Maduro. 

A região que está em disputa desde o século XIX abarca cerca de 8 mil barris de petróleo, além de ser rica em ouro, bauxita, diamante e outros minerais. Em 1966, foi assinado o Acordo de Genebra, limitando as atividades econômicas na região. Desde 2015, a Guiana desrespeita o pacto, permitindo exploração de petróleo por multinacionais, como a ExxonMobil. 

"Estados Unidos, Canadá estão confabulados com Guiana para tomar nosso território do Esequibo, mas não poderão com a nossa diplomacia de paz", afirmou Maduro. 

Desde a última segunda-feira (11/01), Guiana e Estados Unidos realizam exercícios militares na zona fronteiriça, o que foi considerado pelo governo bolivariano uma provocação.

Maduro enviou uma carta ao secretário geral da ONU, Antonio Guterres, pedindo que intervenha à favor da resolução da disputa pelas autoridades das duas nações, sem mediação de tribunais internacionais.

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