Atualizado em 21.out, às 13h
O professor de economia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) Elias Jabbour ganhou nesta quarta-feira (19/10) o Special Book Award of China 2022, prêmio literário chinês concedido aos escritores e pesquisadores estrangeiros.
Jabbour disse que foi notificado pelas autoridades do país asiático comunicando que foi um dos selecionados da 16ª edição do prêmio, declarando que chegou “onde nenhum brasileiro” alcançou. O especialista em China, inclusive, é o convidado do 20 MINUTOS com Breno Altman da segunda-feira (24/10), às 11h. Para assistir ao programa, acesse o link.
A Opera Mundi, Jabbour declarou que são 25 anos de estudos, tendo como objeto de pesquisa o socialismo. “Ao longo do tempo, a China foi se tornando o centro de análise”, comentou, apontando que o primeiro artigo que publicou sobre o país asiático foi em 1996.
Desde então, o professor da UERJ produziu uma vasta coleção de livros e estudos sobre a China. “Fui o primeiro brasileiro indicado e que conquistou o prêmio. Não é qualquer reconhecimento esse, já que o governo chinês reconheceu um trabalho que é de economia política, área que eles até então não haviam premiado, pois sempre foram mais traduções. É um prêmio que é o ápice do que eu conseguiria como acadêmico”, afirmou.
GANHEI!
Acabei de ter sido notificado de ter ganho o maior prêmio literário concedido da China por estrangeiros. O Special Book Award of China 2002. Segue o início da carta de notificação. pic.twitter.com/HrUTCDFagw
— Elias Khalil Jabbour ?? ?? ?? (@eliasjabbour) October 19, 2022
O Special Book Award of China é um prêmio anual que reconhece tradutores, escritores, pesquisadores e outros profissionais estrangeiros que realizaram contribuições e intercâmbios culturais entre Pequim e o mundo.
Reprodução
Jabbour foi selecionado com obra ‘China: O socialismo do século XXI’ (Editora Boitempo), com o coautor Alberto Gabriele
A premiação acontece desde 2005 e os vencedores são anunciados na época da Feira Internacional do Livro de Pequim.
Ainda segundo o vencedor, ele foi o primeiro colocado “contra outros 200 concorrentes”. Jabbour aproveitou o momento para apontar as dificuldades de fazer pesquisa no Brasil, declarando que seus oponentes têm “melhores condições” do que os brasileiros.
No entanto, ele não deixa de criticar a mídia hegemônica pela falta de repercussão da vitória, afirmando que, se fosse uma agência europeia ou norte-americana, iriam “reconhecer de outra forma essa vitória”, que, para ele, é uma conquista do marxismo brasileiro.
“Não sei se vai influenciar na ciência do país, pois tem pouca repercussão na imprensa brasileira. Se fosse um prêmio europeu talvez, pois, por exemplo, recentemente uma pessoa (que não vou citar nomes) recebeu uma bolsa da União Europeia e virou matéria do O Globo. Prêmio da China vira matéria em sites progressistas”, disse.
Jabbour foi selecionado com a obra China: O socialismo do século XXI (Editora Boitempo), com o coautor Alberto Gabriele. O livro analisa a conjuntura chinesa, questionando o que é o socialismo de Pequim.