As equipes de resgate no Japão continuam as buscas nesta segunda-feira (23/09) por pessoas que ainda estão desaparecidas após fortes enchentes e deslizamentos de terra que atingiram o centro do país. As fortes chuvas deixaram pelo menos sete mortos, de acordo com autoridades locais.
Os rios da península de Noto, uma região que já foi atingida por um terremoto em janeiro, transbordaram no fim de semana, inundando estradas, várias cidades e vilarejos.
O número de mortos aumentou de seis para sete após as chuvas torrenciais que atingiram a província de Ishikawa, segundo o governo local. Sete pessoas ainda estão desaparecidas e há pelo menos 12 feridos.
Segundo a Agência Meteorológica do Japão (JMA), o volume de chuva chegou a 540 mm na cidade de Wajima, a maior precipitação contínua registrada desde que os registros tiveram início, em 1976.
Várias áreas já haviam sofrido estragos após o terremoto de magnitude 7,5 em 1º de janeiro, que matou pelo menos 374 pessoas.
Cerca de 3.600 casas continuam sem eletricidade, de acordo com a distribuidora de energia Hokuriku, e muitas estradas foram bloqueadas.
Em Wajima, uma das cidades mais atingidas pelo recente terremoto, as ruas estão cheias de galhos de árvores derrubados pelos temporais.
Governo pede retirada de moradores
No fim de semana, o governo pediu a muitos moradores que deixassem a região. Takaya Kiso, pai de uma menina de 14 anos que desapareceu em Wajima, disse a repórteres que esperava que ela fosse encontrada para que ele pudesse “abraçá-la”.
“Ela acordou com a minha ligação. Quando olhou para fora, parecia um mar, com água cobrindo as estradas”, contou. Quando Kiso chegou, a casa havia sumido, de acordo com a imprensa japonesa.
“Em 30 minutos, a água inundou a rua e rapidamente atingiu metade da altura do meu carro”, disse Akemi Yamashita, um morador de Wajima de 54 anos, à AFP. Eu tinha lágrimas nos olhos quando ouvi isso”, disse ela, descrevendo o terremoto e as inundações como “cenas de um filme”.
As enchentes afetaram muitas casas, incluindo oito centros habitacionais temporários em Wajima e Suzu, onde as vítimas do terremoto no início deste ano ainda moram.
Os níveis de precipitação no Japão atingiram níveis recordes nos últimos anos em várias partes do país, com inundações e deslizamentos de terra. Especialistas acreditam que as mudanças climáticas estão aumentando a frequência, intensidade e imprevisibilidade desses eventos.