Opera Mundi
Na Aula Pública, Melvina explica como a colonização cumpriu papel fundamental na constituição dos países africanos
As elites tradicionais africanas são formadas a partir de princípios e hierarquias locais. Nesse sentido, cada linhagem ou cada grupo familiar terá os seus costumes, resultando em particularidades em cada país. Com a colonização e a entrada dos missionários — estes responsáveis por levar a “cultura” europeia e ocidental aos povos africanos — temos uma rede complexa de interesses e tensões políticas. Para compreender a realidade de cada país africano, é necessário um olhar mais específico para os movimentos de colonização e resistência.
Essa é a análise de Melvina Araújo, doutora em antropologia social e professora da Unifesp, ao discutir como são formadas as elites africanas, na Aula Pública.
Organizadora do livro digital Cultura Afro-brasileira: temas fundamentais em ensino, pesquisa e extensão (editora Alameda; disponível gratuitamente aqui), Araújo explica que, no caso do Quênia, os nativos escolarizados cumpriram papel fundamental na contestação ao poder das elites tradicionais e à colonização.
“O questionamento da colonização não veio das elites tradicionais. Sobretudo entre as colônias britânicas, as elites tinham uma relação de proximidade com os colonizadores. Foram os nativos escolarizados que passaram a contestar a colônia”, conta Araújo. Assista à aula e entenda mais detalhes desse processo.
NULL
NULL
Assista ao primeiro bloco da Aula Pública com Melvina Araújo: como são formadas as elites africanas?
No segundo bloco, a professora Melvina responde perguntas do público da Unifesp, em Guarulhos.
“No caso das colônias britânicas, os países carregaram os próprios modelos do Reino Unido, ou seja, o modelo de separar as etnias. Por exemplo, temos os irlandeses de um lado, gauleses de outro, ingleses de outro e assim por diante. No processo de colonização, essa forma de encarar as diferentes etnias foi transposta para os africanos”, analisa.