Cerca de 90 mil pessoas já se despediram do papa Francisco na Basílica de São Pedro

Atualização às 16h52

Mais de 90 mil fiéis já passaram pela Basílica de São Pedro para dizer adeus ao papa Francisco, que será velado no principal templo do catolicismo até a noite da próxima sexta-feira (25/04).

Segundo a Sala de Imprensa da Santa Sé, o balanço se refere ao período entre 11h de quarta (23/04), quando a basílica foi aberta para o público, e 19h desta quinta (24/04), sempre pelo horário local.

Devido ao elevado fluxo de fiéis, o velório teve o horário estendido na madrugada desta quinta, de meia-noite para 5h30, com uma breve pausa de 1h30 para ser reaberto às 7h. A fila de peregrinos chega a dois quilômetros de extensão, enquanto o tempo de espera para entrar na basílica pode superar três horas.

Leia mais:

O papa Francisco era de esquerda?

Papa Francisco recebeu relatório sobre ameaças à democracia no Brasil em 2018

Quem são os cotados para suceder Francisco como papa?

As ruas de Roma estão congestionadas e os aeroportos saturados devido ao “recorde histórico” de viajantes que chegaram à capital italiana com a intenção de comparecer ao funeral do Papa Francisco , segundo agências de viagens do país.

A exposição do corpo de Francisco terminará às 19h de sexta (14h em Brasília), e o caixão será fechado uma hora depois, em uma cerimônia presidida pelo camerlengo da Igreja Católica, cardeal Kevin Farrell.

Já o funeral está marcado para as 10h (5h em Brasília) de sábado (26/04), na Basílica de São Pedro, e o Papa será sepultado logo em seguida, após um cortejo de cerca de seis quilômetros, na Basílica de Santa Maria Maggiore (Santa Maria Maior), principal templo mariano de Roma, onde o Papa pediu para ser sepultado.

A partir de sábado, a Igreja Católica iniciará um período de luto de nove dias pelo Papa, uma tradição conhecida como Novendiales. Durante esse período, serão celebradas missas especiais em sufrágio do papa Francisco, começando com a missa de funeral na Basílica de São Pedro.

Jorge Bergoglio, 88 anos, morreu na última segunda-feira (21/04), devido a uma parada cardiocirculatória em decorrência de um AVC, após mais de dois meses de luta contra uma grave pneumonia. O conclave que elegerá seu sucessor deve começar na primeira quinzena de maio.

Defesa dos mais desfavorecidos

Da Argentina, a correspondente da teleSUR, Paola Dragnic, conta que a Igreja da Cruz na capital argentina guarda uma conexão especial com a história do Papa Francisco, anteriormente conhecido como Jorge Mario Bergoglio.

Dragnic enfatiza que Francisco deixa um legado de justiça social e defesa dos mais desfavorecidos. “Sua mensagem de memória e reivindicação política está incorporada em seu pontificado “, enfatiza.

Em frente à Basílica de San José de Flores, a quatro quarteirões de onde Francisco nasceu, Dragnic conversou com Roberto, um vizinho do edifício religioso.

Roberto descreveu o jovem Bergoglio como uma pessoa profundamente humilde e detalhou que ele usava sapatos que não eram engraxados. “Para Bergoglio, o que importava não eram as aparências, mas o coração das pessoas “, disse o argentino.

Além disso, como pároco, Francisco abençoava as mesas e compartilhava refeições com os moradores da casa local.

Sua abordagem como jesuíta enfatizava a misericórdia e o perdão, acima das normas tradicionais, mostrando abertura a todos, mesmo aos excluídos, afirmou Roberto.

Torcedor mais famoso do San Lorenzo

Também em Buenos Aires, torcedores do clube de futebol San Lorenzo de Almagro celebraram uma missa em homenagem a Francisco, que consideram o mais famoso de sua torcida e o melhor jogador do mundo. Quase 200 pessoas participaram da cerimônia emocionante.

Durante a homilia da missa, o padre Juan Pablo Sclippa expressou que Bergoglio “foi um grande homem que soube ser pequeno, um homem verdadeiramente grande, que foi o melhor jogador em campo, o melhor jogador do mundo, e mesmo assim nunca acreditou nisso”.

(*) Com Ansa e TeleSUR