Colômbia: tempestade que deixou inundações e país em estado de desastre deve continuar

O Instituto de Hidrologia, Meteorologia e Estudos Ambientais (Ideam) da Colômbia, alertou nesta terça-feira (12/11) que o Mar do Caribe está em alerta laranja para fortes chuvas, o que pode continuar causando inundações no país que já está em estado de desastre nacional devido a tempestades que duram mais de 48 horas.

Comunicado Especial No. 01 – Onda tropical con probabilidad de formación ciclónica Noviembre 12 de 2024.
Una onda tropical ubicada al centro del mar Caribe presenta una probabilidad de formación ciclónica, de 40% para las próximas 48 horas y de 80% a 7 días. pic.twitter.com/TRMrTbn0ll

— Ideam Colombia (@IDEAMColombia) November 12, 2024

De acordo com a diretora do Ideam, Ghislaine Echeverry, os eventos climáticos extremos que aconteceram nos últimos dois dias foi causado pela oscilação de Madden-Julian, que é uma perturbação atmosférica que afeta os oceanos Pacífico e Atlântico, e o vale das monções, um cinturão de baixa pressão atmosférica.

Além dos alertas de chuvas, a região caribenha deve ser palco da passagem de uma onda tropical, que em interação com outros fenômenos pode provocar chuvas de intensidade variável e rajadas de vento, segundo a Unidade Nacional para o Gerenciamento do Risco de Desastres (Ungrd).

De acordo com a entidade, 186 municípios colombianos foram impactados pelas chuvas. Sendo La Guajira, Norte de Santander, Chocó, Huila e Cauca os estados com maiores danos registrados.

Ao todo, 46 mil famílias foram prejudicadas de alguma forma. Segundo o órgão, foram registrados aumentos nos rios e alagamentos em diferentes regiões. Contudo, ainda não foram registradas mortes pelos desastres.

Prensa Presidencial
Trabalhos são focados nos estados de Guajira, Chocó e na capital Bogotá

Os rios das cidades de Alto Baudó, Riosucio, litoral de San Juan, Atrato, Bagadó, Bahía Solano, Bajo Baudó e Carmen del Darién enfrentam alagamentos e cobriram as comunidades, destruindo casas e deixando milhares de pessoas desabrigadas nessas regiões.

A Ungrd pediu assistência humanitária de emergência ao governo e que seja implementada uma operação do Sistema Nacional de Gestão do Risco de Desastres (SNGRD), que inclui o Exército, a Polícia, a Polícia Civil, a Defesa, Força Aérea, Cruz Vermelha e o Corpo de Bombeiros.

Resposta do governo Petro

Em função dos desastres causados pelas chuvas, o presidente colombiano, Gustavo Petro, anunciou o cancelamento de sua viagem para o Azerbaijão para participar da COP29, a Conferência das Partes das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas.

Além disso, decretou no último domingo (10/11) estado de desastre nacional depois de fortes chuvas que atingiram 27 dos 32 estados do país.

Com o objetivo de fortalecer ações de prevenção e a atuação da Defesa Civil para ajudar pessoas que tiveram prejuízos pelas chuvas, o decreto presidencial abre espaço para transferir recursos públicos de diferentes pastas para o atendimento de lugares que precisam ser restaurados e para atender pessoas em situação de vulnerabilidade por conta dos eventos climáticos extremos. Segundo Petro, o governo vai apresentar um plano de investimentos até esta terça-feira (12/11).

Para discutir e avaliar os efeitos das chuvas, o presidente convocou uma reunião ministerial. De acordo com o presidente, os trabalhos serão focados nos estados de Guajira, Chocó e na capital Bogotá, que passa por racionamento de água pela seca nos reservatórios.

(*) Com Brasil de Fato