O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, anunciou no sábado (02/11) o envio de mais 10 mil soldados e policiais ao sudeste da Espanha para socorrer as vítimas e ajudar na busca dos desaparecidos, quatro dias depois das inundações que deixaram pelo menos 211 mortos na região.
O temporal que atingiu a Espanha na noite de terça para quarta-feira (30/10) “causou a maior catástrofe natural da história recente do nosso país”, destacou o chefe do Governo durante uma declaração após uma reunião do comitê de crise sobre inundações. O número de pessoas desaparecidas deve aumentar.
Segundo a imprensa local, de acordo com as ligações feitas ao 112, o número de emergência, cerca de 1.900 pessoas estão desaparecidas.
A cada hora, a proporção do caos se torna maior. As equipes de resgate esperam encontrar novas vítimas, especialmente nas carcaças de carros capotados pelas montanhas de lama que ainda cobrem os estacionamentos e as ruas das localidades mais afetadas.
Para enfrentar a situação, Sánchez anunciou o envio de cinco mil soldados adicionais, conforme solicitado pelo governo regional de Valência. Este número eleva o número total de soldados destacados no terreno para sete mil. Quase cinco mil policiais e agentes de segurança adicionais também serão enviados para as áreas afetadas.
“Tenho consciência de que a resposta dada não é suficiente. Sei que há escassez, serviços públicos colapsados, municípios soterrados na lama, pessoas desesperadas para encontrar os seus parentes, pessoas que não têm acesso às suas casas destruídas e soterradas na lama. Eu sei que temos que fazer melhor. Mas também sei que devemos fazê-lo juntos, unidos”, disse ainda o primeiro-ministro em declaração no Palácio da Moncloa, enquanto as críticas à falta de capacidade de resposta das autoridades não diminuíram.
“Teremos tempo para analisar se houve negligência, para pensar em como melhorar a distribuição de competências diante de situações tão extremas de proteção civil. Teremos tempo para falar da importância dos serviços públicos e do seu fortalecimento em situações como a que vivemos hoje. É hora de falar sobre a necessidade de respeitar os pareceres científicos e de nos adaptarmos à realidade das alterações climáticas“, acrescentou.
Mas a prioridade do Executivo continua a ser a busca dos desaparecidos e a reabertura das estradas para permitir a “entrega” de ajuda e o restabelecimento dos “serviços essenciais”, através da retirada de veículos e escombros que impedem a circulação, garantiu Sánchez.
Numa entrevista ao diário El País, noticiada pela Agence France Presse, o ministro dos Transportes, Oscar Puente, reconheceu que muitas localidades têm “sérias dificuldades de comunicação porque a rede está praticamente destruída”.