A Bolívia declarou, nesta segunda-feira (09/09), situação de emergência nacional após o alastramento dos incêndios pelo país.
A medida visa acelerar a chegada de ajuda internacional para conter as chamas, que já destruíram ao menos três milhões de hectares em 2024, na pior queimada desde 2010.
Apesar do trabalho contínuo dos bombeiros bolivianos, o fogo continua a se expandir pelo território, gerando alerta também no Paraguai.
Segundo os bombeiros paraguaios, as chamas atingiram uma vasta área da região do Chaco e há risco que se espalhem para uma reserva natural localizada no departamento do Alto Paraguai.
Brasil envia ajuda
O governo brasileiro enviou uma missão humanitária para combater, em coordenação com as autoridades bolivianas, os incêndios florestais na faixa de fronteira entre os dois países.
Coordenada pelo Ministério das Relações Exteriores, a missão será integrada por 37 bombeiros militares da Força Nacional de Segurança Pública, do Ministério da Justiça e da Segurança Pública (MJSP), e por 25 efetivos do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal.
A equipe, em conjunto com as autoridades venezuelanas será responsável por realizar sobrevoos e análises mapas de satélites para identificar os focos de incêndio ao longo da faixa de fronteira com os estados de Mato Grosso e de Mato Grosso do Sul, a serem extintos em operações conjuntas.
Além de contribuir para combater os incêndios no lado boliviano da fronteira, a missão também planeja prevenir que novos focos de incêndio atinjam o território brasileiro.
A América do Sul vive uma das piores estações de queimadas de todos os tempos, que vão de agosto a setembro. Neste ano, o cenário teve início ainda no mês de julho em algumas regiões, quadro agravado pela seca.
No Brasil, diversos estados estão em emergência, com os céus cobertos pela fumaça. De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), os resquícios do fogo no ar chegam a atingir cerca de 5 milhões de quilômetros quadrados, o equivalente a 60% do território nacional.
Os meteorologistas alertam que, até o fim da semana, a fuligem produzida no Brasil deve chegar à Argentina e ao Uruguai.
As autoridades também afirmam que grande parte do fogo que cobre a América do Sul tem origem criminosa.
(*) Com Agência Gov e Ansa