Terça-feira, 15 de julho de 2025
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A Coreia do Sul registrou 20.717 nascimentos em abril, um aumento de 8,7% em comparação ao mesmo mês do ano passado. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (26/06) pela Statistics Korea, um órgão governamental de pesquisa. Este é o maior crescimento mensal desde abril de 1991 e marca o décimo mês consecutivo de elevação na taxa de natalidade do país.

Os registros de casamentos também apresentaram crescimento, com 18.921 uniões matrimoniais em abril, alta de 4,9% em relação ao mesmo período de 2024. Este é o 13º mês consecutivo de aumento nos casamentos no país asiático.

A geração nascida entre 1991 e 1995, conhecida como “echo boomers”, está atualmente na faixa etária de 29 a 34 anos, período considerado o auge para casamentos e reprodução na cultura sul-coreana. Os dados demográficos indicam que o número de mulheres entre 30 e 34 anos passou de 1,51 milhão em 2020 para 1,65 milhão em maio deste ano.

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“O aumento nos nascimentos parece ser influenciado pelo aumento dos casamentos desde o ano passado, além do crescimento da população de mulheres na faixa dos 30 anos e várias políticas de promoção de nascimentos”, disse um funcionário da órgão governamental.

Coreia do Sul registra maior alta mensal de nascimentos em 33 anos
Reprodução/Arquivo News1

Apesar dos números positivos, as autoridades sul-coreanas continuam cautelosas quanto à manutenção dessa tendência. A taxa de fertilidade no país, ou seja, o número médio de bebês que uma mulher normalmente pode ter na vida, permanece em um nível crítico: de 0,75, superiormente abaixo dos 2,1 necessários para manter a estabilidade populacional sem contar com uma imigração em larga escala.

Em 2024, Opera Mundi ouviu sul-coreanas que criticavam o sistema patriarcal e a discriminação de gênero no país para com as mulheres, desincentivando a ideia de formar uma família. Algumas citações foram referentes ao temor em perder o emprego após o parto — no contexto de um mercado de trabalho disputado —, baixa remuneração, altos custos na moradia, e a idealização de que mulheres devem se responsabilizar pelas tarefas domésticas.

À reportagem, uma funcionária de alto escalão do governo havia denunciado um projeto anunciado pela gestão do então presidente ultraconservador Yoon Suk Yeol, do Partido do Poder Popular (PPP), em julho passado, em uma iniciativa que fornecia benefícios fiscais e programas de namoro para casais como forma de “inverter a tendência da baixa taxa de natalidade”. Segundo ela, Yoon “parecia não ter identificado as causas reais” da crise demográfica.