As autoridades sul-coreanas divulgaram nesta segunda-feira (27/01) um relatório preliminar sobre o acidente aéreo da companhia Jeju Air que ocorreu no Aeroporto Internacional de Muan, em Jeolla do Sul, em 29 de dezembro. A tragédia aérea resultou na morte de 179 pessoas, sendo que apenas duas sobreviveram.
O documento de seis páginas confirmou que ambas as turbinas do veículo apresentaram restos mortais de pato-de-Baikal, uma ave migratória que comumente transita pela área de Muan durante os períodos de inverno. De acordo com o Comitê de Investigação de Acidentes Aéreos e Ferroviários do Ministério da Terra, Infraestrutura e Transporte, penas e manchas de sangue teriam sido encontradas nos motores. Uma análise genética determinou que os vestígios eram de um pato-de-Baikal. A quantidade de pássaros, no entanto, ainda não foi confirmada.
Segundo o jornal sul-coreano Segye Ilbo, a observação reforça o argumento de que “o acidente poderia ter sido evitado se o monitoramento de pássaros do aeroporto tivesse sido implementado adequadamente”. Ainda de acordo com o veículo, atualmente, o Aeroporto de Muan não possui equipamentos de detecção de pássaros, tais como radares e câmeras termográficas. No entanto, mesmo assim, momentos antes do desastre, o controlador teria visto a movimentação da espécie e alertado o piloto.

Imagens do relatório preliminar demonstram a cena do acidente; fuselagem traseira da aeronave; e a fuselagem inferior da aeronave
O relatório também apontou que as caixas-pretas da aeronave deixaram de registrar dados por cerca de quatro minutos e sete segundos antes da colisão, o que tem dificultado as investigações com relação às causas da tragédia.
O documento ainda não detalhou o motivo pelo qual a aeronave efetuou um pouso de emergência sem os trens de pouso, e sobre o não funcionamento dos gravadores de voo nos minutos finais do acidente.
Os resultados preliminares da investigação serão apresentados à Organização da Aviação Civil Internacional (OACI) e às autoridades aeronáuticas de Estados Unidos, França e Tailândia, no prazo de 30 dias.