Quarta-feira, 14 de maio de 2025
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Atualização às 17h24

Incêndios florestais atingiram os arredores de Jerusalém nesta quarta-feira (30/04). Segundo os bombeiros, citados pelo jornal Times of Israel, os focos de fogo podem ser “os maiores da história” na região.

Comunidades israelenses próximas a Jerusalém, como Neve Ilan, Shoresh, Nataf e Yad Hashmona, são as mais afetadas e foram evacuadas pelas autoridades. Segundo o periódico, os serviços de emergência e policiais já evacuaram 10 regiões devido ao fogo.

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“Estamos no meio de um incêndio florestal muito grande, talvez o maior que já ocorreu neste país”, afirmou Shmulik Friedman, comandante do Distrito de Jerusalém do Serviço de Bombeiros e Resgate.

Friedman advertiu que o trabalho dos bombeiros “continuará por muito tempo” porque estão “longe de ter controle” sobre os incêndios, que se alastram com facilidade devido aos fortes ventos.

De acordo com a autoridade, o fogo começou na região de Mesilat Zion por volta das 9h30 locais (3h30 no horário de Brasília) e foi levado para o oeste devido aos ventos fortes. Após algumas horas de incêndio, a direção mudou para o leste.

O alastramento do fogo fez com que a emissora de televisão israelenses Canal 12 interrompesse sua transmissão para evacuar seu prédio, em Neve Ilan, de acordo com as ordens dos bombeiros. O âncora do jornal da emissora, Danny Kushmaro, anunciou a evacuação “sem precedentes” e passou a transmissão do canal para um “estúdio alternativo” que fica em Herzliya, no distrito de Tel Aviv.

Pacientes não urgentes de unidades hospitalares, como o do Hospital Hadassah, foram convidados a deixar o atendimento médico para que os profissionais de saúde pudessem receber os feridos pelo incêndio.

O Times of Israel informou que pelo menos 12 pessoas ficaram “levemente feridas” devido aos incêndios, em especial pela inalação de fumaça. Paramédicos também comunicaram que 10 indivíduos precisaram de tratamento, mas não de hospitalização.

Bombeiros israelenses afirmaram que estão “longe de ter controle” sobre os incêndios
National Fire and Rescue Authority/Facebook

O fogo ainda fez estradas serem fechadas e os motoristas precisaram ser evacuados da Rota 1, que liga Jerusalém e Tel Aviv. O fogo também atingiu o país no dia das comemorações sobre o 77º Dia da Independência de Israel, data que celebra a criação do Estado de Israel, em 1948, a partir da expulsão dos palestinos de suas terras.

Diante do caos, o governo israelense mudou os planos para o evento e em vez da cerimônia ao vivo, está transmitindo as tradições de acordo com pré-gravações ensaiadas.

Por outro lado, as Forças de Defesa Israelenses (IDF, na sigla em inglês) foram convocadas para ajudar a combater os focos de incêndio. As Forças Armadas dispuseram de aeronaves com capacidade de até 18 mil litros de água para sobrevoar as florestas.

“Estamos em uma emergência nacional e temos que concentrar todas as forças disponíveis para salvar vidas e assumir o controle das chamas”, pediu o Ministério da Defesa israelense.

Autoridades investigam causa

Os bombeiros israelenses ainda não sabem a causa original do incêndio. De acordo com a autoridade de Jerusalém, não há “absolutamente nenhuma pista”.

Por sua vez, o Times of Israel indicou que a agência de segurança do país, o Shin Bet, está envolvida nas investigações para descobrir a origem do fogo, além de auxiliar a polícia israelense a localizar possíveis causadores dos focos.

Em meio à busca, um morador da Jerusalém ocupada por Israel, território reivindicado pela Palestina, foi preso como suspeito. De acordo com a polícia, o homem de 50 anos, que não foi identificado como israelense ou palestino, foi detido, junto com um isqueiro, algodão e “outros materiais inflamáveis”, no bairro de Umm Tuba após denúncias de que havia tentado atear fogo em uma vegetação no sul de Jerusalém.

Apesar da acusação sobre o morador da região, o Times of Israel e o jornal norte-americano The New York Times afirmaram que a Autoridade Palestina (AP), que governa parte da Faixa de Gaza, ofereceu enviar ajuda para combater os incêndios na região de Jerusalém.

O jornal israelense citou uma fonte de segurança do país como fonte para a informação, enquanto o NYT citou Hussein al-Sheikh, um alto funcionário palestino. Ambos os periódicos informaram que apesar de Tel Aviv estar recebendo ajuda internacional para combater as chamas, ainda não respondeu a ajuda palestina. Em 2021, autoridades da AP chegaram a enviar equipes de combate para combater incêndios semelhantes em Jerusalém.

Até o momento, a única declaração oficial do governo israelense sobre o incêndio foi um comunicado do gabinete do primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, afirmando que ele “continua recebendo atualizações e realizando avaliações dos esforços de combate aos incêndios com o ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben-Gvir, e com as autoridades de segurança e serviços de resgate”.

(*) Com informações de New York Times e Times of Israel