O furacão Beryl, rebaixado para a categoria 3, está se dirigindo para as Ilhas Cayman e o México nesta quinta-feira (04/07), depois de matar pelo menos sete pessoas e causar destruição no sudeste do Caribe e na Venezuela.
Durante a noite, o furacão transformou-se em uma tempestade de categoria 3, em uma escala de 5, com ventos de até 200 km/h, de acordo com o último boletim do Centro de Furacões dos EUA (NHC). O organismo advertiu que Beryl pode voltar a ter a intensidade de um furacão quando passar pelas Ilhas Cayman e alertou para “ventos fortes e destrutivos e perigoso aumento do nível do mar”.
Beryl, o primeiro furacão da temporada no Atlântico, surpreendeu os especialistas ao ganhar intensidade rapidamente no fim de semana. Ele tornou-se o primeiro furacão de categoria 5 já registrado pelo Serviço Meteorológico dos EUA.
Segundo os cientistas, as mudanças climáticas que aquecem as águas oceânicas tornam a rápida intensificação do fenômeno mais provável e aumenta o risco do furacão se tornar mais potente.
Na península turística de Yucatán, no México, as autoridades fecharam escolas, prepararam uma centena de abrigos para a população e anunciaram o envio de centenas de soldados e técnicos.
Na Venezuela, pelo menos três pessoas morreram em Granada e uma em São Vicente e Granadinas. Na Jamaica, cuja costa sul foi varrida pelo furacão na quarta-feira, mais de 400 mil pessoas estão sem luz.
Em um vídeo postado nas redes sociais, o primeiro-ministro jamaicano, Andrew Holness, pediu a “todos os jamaicanos que sigam as ordens de retirada”. Ele “implorou” a todas as pessoas que vivem em uma área propensa a inundações que fossem “para um abrigo ou um lugar mais seguro”.
“Está claro que as mudanças climáticas estão levando os desastres a novos níveis recordes de destruição”, disse Simon Stiell, secretário-executivo da ONU para Mudanças Climáticas, que é de Granada.
Temporada excepcional
O primeiro-ministro do país, Dickon Mitchell, disse que a ilha de Carriacou foi isolada do mundo e teve infraestruturas e casas arrasadas. Na República Dominicana, ondas gigantes atingiram a costa da capital, Santo Domingo.
O Observatório Meteorológico dos EUA (NOAA) alertou no final de maio que essa temporada seria excepcional, com a possibilidade de quatro a sete furacões de categoria 3 ou até superiores.
Essas previsões estão ligadas, em particular, ao desenvolvimento esperado do fenômeno climático La Niña, bem como às temperaturas muito altas do Oceano Atlântico, de acordo com o observatório. Por mais de um ano, as temperaturas no Atlântico Norte bateram níveis recordes de calor, bem acima dos atuais.