Terça-feira, 22 de abril de 2025
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Os vários incêndios florestais que atingem o da Coreia do Sul já se tornaram os piores da história do país, segundo disseram as autoridades nesta quarta-feira (26/03). As chamas já mataram ao menos 18 pessoas, feriram 19, obrigaram a evacuar 27 mil e consumiram 17,4 hectares, incluindo um templo budista de 1.300 anos. Quase 9 mil bombeiros, centenas de veículos e mais de 130 helicópteros trabalham no combate ao fogo, mas tiveram eu suspender parcialmente as operações à noite (25/03), quando o vento ficou mais forte e um helicóptero caiu.

Como aconteceu na Califórnia, em janeiro, os incêndios florestais invadiram áreas urbanas e arrasaram bairros inteiros, obrigando a evacuar milhares de pessoas e fechar escolas. As chamas já destruiram mais de 200 construções e se espalham rapidamente pela combinação de clima extremamente seco com fortes ventos.

“Os incêndios causaram danos sem precedentes”, disse o presidente interino da Coreia do Sul, Han Duck-soo nesta quarta-feira. “Eles estão se desenvolvendo de forma que excede os modelos de previsão existentes”, acrescentou, pedindo que as agências “assumam o pior cenário e respondam adequadamente”.

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As chamas começaram no sábado em Uiseong e se espalharam mais rapidamente a partir de terça-feira (25/03) quando o vento se intensificou. Com isso, já pela tarde, começaram as evacuações em Andong, nos condados vizinhos de Uiseong e Sancheong e na cidade de Ulsan, onde os incêndios foram maiores. As autoridades também transferiram cerca de 2,6 mil presos de uma penitenciária no condado de Cheongsong, perto de Uiseong.

Templos e monumentos históricos destruídos ou ameaçados

Houve alertas de emergência também para a vila histórica de Hahoe e a Academia Confucionista Byeongsan, ambos declarados Patrimônio Mundial da Humanidade pela Unesco. Para tentar proteger esses e outros templos, as autoridades pulverizaram retardantes de fogo sobre as construções.

Bombeiros combatem incêndio florestal
Wikimedia Commons
Bombeiros combatem um dos piores incêndios já registrado na Coreia do Sul

Mas o fogo destruiu casas e templos antigos, como o Gounsa, um templo budista de 681, que ficou reduzido a cinzas. Alguns dos tesouros nacionais que estavam no local, porém, como uma estátua de Buda em pedra, foram retirados antes que o fogo devorasse o complexo de edifícios do templo, feitos de madeira e pedra.

As chamas se espalharam também para a cidade costeira de Yeongdeok. As autoridades evacuaram quatro vilas da região e fecharam as estradas.

Na terça-feira, as autoridades informaram que os bombeiros haviam extinguido a maioria das chamas nos maiores focos nessas áreas. Mas o aumento dos ventos fez com que, pela tarde, as chamas se espalhassem novamente e os bombeiros tivessem que suspender parcialmente as atividades de combate. Isso ocorreu depois que um helicóptero caiu, matando o piloto. O Serviço Florestal da Coreia aterrou então todos os seus helicópteros.

Estradas, energia e linhas de comunicação cortadas

“Ventos  com velocidades de 25 metros por segundo persistiram ontem (25/03) até a noite, forçando a suspensão das operações de helicópteros e drones”, explicou Duck-soon. “Durante a noite, o caos continuou, com cortes de linhas de energia e comunicação em várias áreas e estradas bloqueadas”, informou Duck-soon.

Lee Byoung-doo,  do Instituto Nacional de Ciências Florestais da Coreia do Sul, alertou que os incêndios florestais vão se tornar cada vez mais frequentes no mundo todo. Ele lembrou os incêndios de janeiro em Los Angeles e o mais recente no nordeste do Japão. “Eles vão aumentar, precisamos de mais recursos e mão de obra treinada”, frisou.

Na Coreia do Sul, devido ao terreno montanhoso, os helicópteros são essenciais para combater incêndios. Por isso, Lee frisou que era necessário trazer outras aeronaves e drones que pudessem operar à noite.

Um problema extra no combate ao atual incêndio é que ao menos oito dos 48 helicópteros russos da frota do Serviço Florestal estão fora de operação desde o ano passado. Isso porque não é possível importar as peças de reposição por causa das sanções relacionadas à guerra da Ucrânia.