Terça-feira, 10 de junho de 2025
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O papa Leão 14 pediu às “grandes potências do mundo” que parassem com a guerra e por uma paz “justa” e “duradoura” na Ucrânia no domingo (11/05), em seu primeiro discurso dominical na sacada da Basílica de São Pedro. O sumo pontífice também clamou por um cessar-fogo em Gaza e a libertação dos reféns, neste breve discurso após a oração “Regina Caeli”, sua primeira após ser nomeado líder da Igreja Católica.

“Diante do atual cenário dramático de uma Terceira Guerra Mundial em pedaços, como o papa Francisco tinha reiteradamente afirmado, eu também me dirijo aos grandes líderes deste mundo, repetindo este apelo sempre atual: nunca mais guerra!”, declarou o soberano pontífice.

“Levo no coração o sofrimento do amado povo ucraniano. Tudo deve ser feito para alcançar uma paz genuína, justa e duradoura o mais rápido possível”, acrescentou, implorando que “todos os prisioneiros sejam libertados e que as crianças possam retornar às suas famílias”.

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Dizendo estar “profundamente triste com o que está acontecendo na Faixa de Gaza“, o papa pediu “o fim imediato das hostilidades, o fornecimento de ajuda humanitária à população civil exausta e a libertação de todos os reféns”.

“Acolhi com satisfação o anúncio do cessar-fogo entre a Índia e o Paquistão e espero que, por meio das próximas negociações, um acordo duradouro possa ser alcançado rapidamente”, disse ainda o agostiniano.

Expectativas da 1⁠ª oração dominical de Leão 14

A primeira oração dominical do novo papa foi muito aguardada, pois esse encontro semanal costuma ser uma oportunidade para o líder religioso falar sobre questões importantes que dominam as notícias internacionais.

Robert Francis Prevost, 69 anos, já havia se dirigido aos fiéis com uma breve oração na quinta-feira (08/05), logo após o “Habemus Papam” que o apresentou ao mundo. Na ocasião, cerca de 100 mil pessoas lotaram a Praça de São Pedro.

Neste domingo, duas horas antes da oração, um fluxo constante de peregrinos e fiéis já estava se reunindo na Praça de São Pedro, exibindo bandeiras do mundo todo e símbolos católicos.

Ao meio-dia, na hora de Roma, na sacada da basílica, ele recitou a “Regina Caeli” (“Rainha do Céu”), uma oração a Maria dita durante a Páscoa.

papa Leão 14
Robert Prevost foi nomeado líder católico na quinta-feira e é o papa Leão 14
Narcin Mazur/cbcew.org.uk / Fotos Públicas

“Esperamos um bom ano porque a Igreja Católica está sendo testada agora, especialmente nos Estados Unidos”, disse à AFP Resfina Macoy Torrevillas, uma californiana de 68 anos que veio de San Diego com cerca de 40 peregrinos. Um papa americano poderia ajudar com isso? “Talvez. Os caminhos do Senhor são inescrutáveis”, acrescenta ela.

A eleição deste papa norte-americano — o primeiro da história —, classificado como moderado, foi interpretada por alguns como um distanciamento da identidade cristã defendida por vários membros do governo de Donald Trump.

“Ele é uma pessoa que imediatamente inspira muita confiança, um homem gentil que sabe ouvir (…) uma pessoa clara e livre”, disse o cardeal italiano Pierbattista Pizzaballa, patriarca de Jerusalém, ao Corriere della Sera, em uma entrevista publicada no domingo.

No sábado (10/05), o 267º papa recebeu os cardeais, altos funcionários da Igreja responsáveis ​​por auxiliá-lo em seu governo, para um discurso abordando suas principais prioridades. Ele prestou homenagem ao “precioso legado” de Francisco, que morreu em 21 de abril, aos 88 anos.

O papa, eleito no segundo dia do conclave de cardeais, explicou então sua escolha do nome “Leão” com uma referência a Leão 13, o pai da “doutrina social” da Igreja no século 19, que enfatiza a solidariedade e a dignidade. Essa doutrina pode ajudá-lo a enfrentar os desafios da inteligência artificial, garantiu.