A Polícia de Berlim admitiu nesta terça-feira (20/12) não ter certeza de que o homem que foi preso logo após o ataque com um caminhão em uma feira de Natal da cidade, ocorrido na noite de segunda (19/12), tenha relação com o atentado. Dessa maneira, as autoridades continuam procurando o responsável pelo fato.
“Não é certo, de fato, que ele [o suspeito] era o motorista”, disse o chefe da polícia da cidade, Klaus Kandt. O homem preso é um paquistanês de 23 anos que pediu asilo na Alemanha em 31 de dezembro do ano passado e aguarda o resultado da solicitação.
O procurador-geral da Alemanha, Peter Frank, disse que “não está claro” se há mais envolvidos. “Não está claro se há um ou mais criminosos. Não está claro se há mais apoiadores. As provas ainda não foram completamente analisadas. Nós devemos nos familiarizar com a ideia de que, eventualmente, o [suspeito] preso não seja o criminoso”, afirmou.
Agência Efe
Polícia de Berlim diz não ter certeza de que homem preso seja autor de ataque ao mercado de Natal
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O chefe do Bundeskriminalamt, o equivalente alemão da Polícia Federal brasileira, Holger Münch, afirmou, ao ser questionado sobre se o autor do atentado ainda estava à solta, que o departamento está “em alerta máximo” e focados “em todas a direções”.
O outro ocupante do caminhão – um polonês – morreu no local do ataque. O veículo tinha placa da Polônia e acredita-se que tenha sido sequestrado.
O ataque deixou ao menos 12 mortos e 45 feridos. Nesta terça, outros mercados de Natal de Berlim, que são tradicionais na cidade, estão fechados e a polícia anunciou um reforço na segurança nas ruas em volta da Breitscheidplatz, onde ocorreu o atentado.
Atentado
O governo alemão passou nesta terça-feira a tratar o caso oficialmente como um “atentado terrorista”, segundo o ministro do Interior, Thomas de Mazière. “Nós não temos mais nenhuma dúvida, de que se trata de atentado os horríveis eventos da noite de ontem”, disse de Mazière.
Mais cedo, a chanceler Angela Merkel havia dito que, consideradas as informações até o momento, se deveria “presumir de que se trata de um ataque terrorista” e, além disso, afirmou que “seria especialmente difícil de suportar, caso isso se confirme, que essa ação foi cometida por uma pessoa que pediu proteção e asilo à Alemanha”.
Ainda na manhã desta terça, a polícia fez uma operação em um centro para refugiados no antigo aeroporto de Tempelhof, na capital alemã. Não foi divulgado o motivo da operação, mas a imprensa do país afirma que há relação com o atentado de segunda-feira.