Sexta-feira, 18 de abril de 2025
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O papa Francisco, que nesta sexta-feira (21/03) chega ao 36º dia de internação no Hospital Policlínico Agostino Gemelli, em Roma, por pneumonia bilateral, “permanece estável, com algumas pequenas melhorias em termos de atividade, motricidade, trocas gasosas e respiração”, informou a Sala de Imprensa do Vaticano.

A nota também confirmou que os médicos mantêm suspensas as ventilações mecânicas não invasivas durante a noite, enquanto o oxigênio de alto fluxo através de cânulas nasais tem sido administrado de maneira gradualmente reduzida no período diurno.

Segundo o Vaticano, o pontífice passou os últimos dias “sob terapia farmacológica, fisioterapias respiratória e motora, trabalhando um pouco e em oração”.

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Em relação ao Angelus, oração tradicional da Igreja Católica, do próximo domingo (23/03), as fontes vaticanas disseram que “até o momento, há uma previsão que o líder católico envie uma mensagem escrita, como tem feito nos últimos cinco domingos”.

Por outro lado, a Santa Sé ainda não tomou nenhuma decisão sobre os ritos de Páscoa ou por quem serão ministrados.

Nos últimos dias, o Papa não recebeu novas visitas, exceto de seus colaboradores próximos para procedimentos de trabalho. Ao mesmo tempo, os médicos ainda não deram qualquer indicação de alta a Francisco.

Mario Roberto Durán Ortiz/Wikicommons
Nos últimos dias, Papa não recebeu novas visitas, exceto de seus colaboradores próximos para procedimentos de trabalho

Papa não deve renunciar

O prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, cardeal Víctor Manuel Fernández, afirmou também nesta sexta-feira (21/03) que não acredita na possibilidade de renúncia do papa Francisco, embora o pontífice de 88 anos esteja internado desde 14 de fevereiro.

“Agora começa uma nova etapa”, declarou Fernández, teólogo de referência de Jorge Bergoglio e aliado próximo do líder católico, durante o lançamento de um livro sobre o Papa em Roma. “Ele é um homem de surpresas, certamente aprendeu muitas coisas ao longo do último mês”, acrescentou.

Ao ser questionado por jornalistas se entre as surpresas poderia estar uma eventual renúncia, Fernández, que também é argentino, respondeu: “Não acredito, de verdade. Isso não”.

No fim de fevereiro, o mesmo cardeal já havia criticado supostas “pressões” por uma abdicação de Francisco, que admitiu em diversas ocasiões que aceitaria deixar o cargo se ficasse impossibilitado de exercer suas funções por motivos de saúde.

“O Papa está muito bem, mas o oxigênio de alto fluxo seca tudo, então ele precisa aprender a falar de novo”, assegurou Fernández, que, no entanto, ainda não soube responder se Francisco voltará ao Vaticano a tempo da Páscoa.

“Ele pode voltar, mas os médicos querem ter 100% de certeza, porque ele acha que deve se dedicar totalmente aos outros, e não a si mesmo”, salientou o cardeal argentino.

Já no início desta semana, o secretário de Estado do Vaticano, cardeal Pietro Parolin, também foi categórico sobre a possibilidade de uma abdicação. “Absolutamente não”, disse o italiano ao ser questionado sobre o assunto em um evento.

(*) Com Ansa