Domingo, 18 de maio de 2025
APOIE
Menu

O Papa Francisco ligou para a única paróquia católica da Faixa de Gaza pela última vez na noite de sábado (19/04), antes da vigília pascal, para perguntar sobre as celebrações da Páscoa e as crianças palestinas, em um costume que mantinha mesmo durante sua internação hospitalar.

Segundo Gabriel Romanelli, pároco da Sagrada Família, que falava com Jorge Bergoglio “quase todos os dias” desde o início do genocídio promovido por Israel no enclave, o pontífice “como sempre, manifestou sua proximidade, sua palavra de consolo, sua bênção e orações pela paz”.

“Era sábado de Aleluia e estávamos preparando a vigília da Páscoa quando, às 19 horas daqui, ele nos ligou”, disse o padre. “A mensagem mais bonita foi ouvir o sofrimento de Gaza mencionado na ‘Urbi et Orbi’, junto com o apelo para parar a guerra”, acrescentou, referindo-se à bênção de Páscoa escrita pelo pontífice.

Receba em primeira mão as notícias e análises de Opera Mundi no seu WhatsApp!
Inscreva-se

Romanelli também observou que Francisco havia se tornado tão próximo de sua comunidade que reconhecia as vozes dos paroquianos e sabia os nomes das crianças, e que durante as ligações colocava o alto-falante para que o pontífice pudesse conversar diretamente com os pequenos, a quem os chamava pelo nome.

Ainda segundo o pároco, o líder católico costumava mandar mensagens quando não conseguia telefonar, em meio “momentos em que aconteciam bombardeios e caía a linha”.

“Nesta guerra, morreram 49 cristãos, 5% de toda a comunidade cristã, 20 por morte violenta. Agora aumentou para 50, já que o Papa também era um paroquiano para nós”, disse.

O anúncio da morte do papa Francisco, na segunda-feira (21/04), foi recebido com “muita dor” para a paróquia católica de Gaza, e até mesmo os ortodoxos e muçulmanos vieram oferecer suas condolências, revelou Romanelli.

(*) Com Ansa