Com muito pouco você
apoia a mídia independente
Opera Mundi
Opera Mundi APOIE
  • Política e Economia
  • Diplomacia
  • Análise
  • Opinião
  • Coronavírus
  • Vídeos
  • Podcasts
SUB40

Mariana Félix: Slam é uma ferramenta para a democratização da leitura

Encaminhar Enviar por e-mail

Escritora e poeta falou sobre sua trajetória, batalhas de rua de poesia e a importância da produção literária da periferia; veja vídeo na íntegra

Camila Alvarenga

São Paulo (Brasil)
2021-12-17T12:17:00.000Z

Receba nossas notícias e novidades em primeira mão!

No programa SUB40 desta quinta-feira (16/12), o jornalista Breno Altman entrevistou a escritora e poeta formadora do projeto Slam Interescolar Mariana Félix.

Ela contou que quis ser escritora desde pequena, mas via a literatura e, sobretudo, a poesia, como coisas distantes, de linguagens rebuscadas. Em 2014, quando conheceu os slams e os saraus, “ressignifiquei minha relação com a literatura”.

Os slams são batalhas de poesia dos quais qualquer um que possua três poemas autorais de até três minutos cada pode participar gratuitamente. Eles acontecem na rua, “a maioria nas quebradas”. Não é permitido usar nenhum instrumento, objeto, cenário ou fantasia, “é só você, seu corpo e a palavra”.

Os poetas são avaliados por um júri popular, escolhido aleatoriamente entre aqueles que estão assistindo — também de forma gratuita —, recebendo notas de zero a dez e, ao final da batalha, sai um campeão ou campeã. Os prêmios variam, mas em geral são livros, conforme explicou Félix.

Veja a entrevista completa abaixo:

Ela falou sobre seu aprendizado com o slam: “Me deu a noção de que sou uma pessoa, noção de luta de classe, de feminismo, me fez me enxergar pela primeira vez como uma pessoa preta. As poesias têm três minutos então têm muito conteúdo. A poesia é uma ferramenta. Quando eu cheguei, havia poucas mulheres, hoje elas tomaram a cena de assalto. Eu não li grandes feministas, mas aprendi sobre feminismo na rua”.

A escritora reforçou que o slam faz com que os participantes entendam de política sem que pareça ser uma conversa sobre política, estimula a cidadania, e argumentou que essa expressão literária, típica da periferia, é importante para a democratização da leitura “e para combater o analfabetismo funcional, porque existe um déficit de compreensão de texto, um déficit em se expressar por escrito com coerência”.

Slam Interescolar

Assim, o slam, além de seus livros — que ela escreve e vende de forma totalmente independente —, é o outro foco da vida profissional de Félix, uma das dez poetas formadoras do projeto Slam Interescolar. 

O projeto consiste em montar batalhas de slam em escolas públicas da periferia. Há um encontro inicial com os alunos para explicar a dinâmica, e um segundo encontro que é o slam em si, assistido por todo colégio.

“A recepção dos estudantes é extraordinária. Os professores e diretores nos dizem que a escola muda quando entra o slam. Os jovens começam a colocar na mesa bullying, racismo, machismo e isso muda o ambiente escolar. Além de que os estudantes se sentem protagonistas das próprias histórias, se sentem valorizados. Quando alguém te ouve em silêncio, você sente que é importante, e isso é muito significativo principalmente no ambiente da periferia”, destacou.

Ela afirmou que o projeto não tem tanto sucesso em escolas particulares. Existiram algumas tentativas, mas os adolescentes acabam sendo censurados ou tolhidos pelos pais, “há um controle sobre o conteúdo que escrevem”. Mas, “tudo bem”, ponderou a escritora, “é uma expressão cultural da periferia de qualquer forma”.

O slam e a esquerda

Félix também refletiu sobre as formas como o slam poderia contribuir para a luta da esquerda, e apontou para o aspecto da comunicação, “em que a esquerda sempre peca”.

“A esquerda, quando se expressa, principalmente quando é uma esquerda intelectual, não se utiliza de ferramentas objetivas, usa termos academicistas que uma população com precariedades não tem condições de entender. Acho que o slam traz essa comunicação mais direta sem deixar de ser lírico. O slam é lindo porque é simples”, reforçou.

Diante de um possível novo governo de esquerda, a escritora ainda discorreu sobre a necessidade de novas políticas culturais. Ela frisou a importância de eleger um governo de esquerda em São Paulo, especificamente, para a implementação formal do slam nas grades extracurriculares das escolas públicas e aumentar a quantidade de editais de financiamento para projetos literários, como o Slam Interescolar — “isso causaria um impacto importante para diminuir o analfabetismo funcional”.

Você que chegou até aqui e que acredita em uma mídia autônoma e comprometida com a verdade: precisamos da sua contribuição. A informação deve ser livre e acessível para todos, mas produzi-la com qualidade tem um custo, que é bancado essencialmente por nossos assinantes solidários. Escolha a melhor forma de você contribuir com nosso projeto jornalístico, que olha ao mundo a partir da América Latina e do Brasil.

Contra as fake news, o jornalismo de qualidade é a melhor vacina!

Faça uma
assinatura mensal
Faça uma
assinatura anual
Faça uma
contribuição única

Opera Mundi foi criado em 2008. É mais de uma década de cobertura do cenário político internacional, numa perspectiva brasileira e única. Só o apoio dos internautas nos permite sobreviver e expandir o projeto. Obrigado.

Eu apoio Opera Mundi
Política e Economia

Maioria dos norte-americanos apoia restrições a armas, diz pesquisa

Encaminhar Enviar por e-mail

Levantamento foi realizado após massacre em escola do Texas que ocorreu em 24 de maio

Redação

ANSA ANSA

Washington (Estados Unidos)
2022-05-26T21:35:00.000Z

Receba nossas notícias e novidades em primeira mão!

Uma pesquisa divulgada na última quarta-feira (25/05) aponta que a maioria dos americanos quer leis mais rígidas sobre armas de fogo.

A sondagem foi realizada pelo instituto Ipsos para a agência Reuters e chega na esteira do massacre em uma escola de Uvalde, no Texas, que deixou 19 estudantes e dois professores mortos na última terça (24/05).

O ataque foi cometido pelo jovem Salvador Ramos, que comprara as armas legalmente após ter completado 18 anos de idade.

De acordo com a pesquisa, 84% das pessoas defendem a checagem de antecedentes na venda de qualquer tipo de armas de fogo, enquanto 70% são favoráveis a leis que permitiriam o confisco de armamentos de indivíduos considerados como ameaça à segurança pública.

Fibonacci Blue/Flickr
Protesto pelo controle de armas em Minnesota, nos EUA, em 7 de março de 2018

Além disso, 72% apoiam o aumento da idade mínima para comprar armas de 18 para 21 anos. Por outro lado, apenas 35% dos entrevistados disseram estar confiantes de que o Congresso vai tomar medidas para restringir o acesso a armas.

A sondagem também mostrou que 54% das pessoas acreditam que portar uma arma é a melhor maneira de se proteger de um tiroteio, enquanto 45% apoiam que professores e funcionários de escolas básicas andem armados.

No próximo dia 11 de junho, a capital Washington deve ser palco de um grande protesto em defesa da restrição do acesso a armas de fogo, convocado pelo movimento March for Our Lives (Marcha pelas Nossas Vidas), fundado em 2018, após o massacre que deixou 17 mortos em uma escola de Parkland, na Flórida. 

Você que chegou até aqui e que acredita em uma mídia autônoma e comprometida com a verdade: precisamos da sua contribuição. A informação deve ser livre e acessível para todos, mas produzi-la com qualidade tem um custo, que é bancado essencialmente por nossos assinantes solidários. Escolha a melhor forma de você contribuir com nosso projeto jornalístico, que olha ao mundo a partir da América Latina e do Brasil.

Contra as fake news, o jornalismo de qualidade é a melhor vacina!

Faça uma
assinatura mensal
Faça uma
assinatura anual
Faça uma
contribuição única

Opera Mundi foi criado em 2008. É mais de uma década de cobertura do cenário político internacional, numa perspectiva brasileira e única. Só o apoio dos internautas nos permite sobreviver e expandir o projeto. Obrigado.

Eu apoio Opera Mundi
Receba nossas notícias e novidades em primeira mão!
Opera Mundi

Endereço: Avenida Paulista, nº 1842, TORRE NORTE CONJ 155 – 15º andar São Paulo - SP
CNPJ: 07.041.081.0001-17
Telefone: (11) 4118-6591

  • Contato
  • Política e Economia
  • Diplomacia
  • Análise
  • Opinião
  • Coronavírus
  • Vídeos
  • Expediente
  • Política de privacidade
Siga-nos
  • YouTube
  • Facebook
  • Twitter
  • Instagram
  • Google News
  • RSS
Blogs
  • Breno Altman
  • Agora
  • Bidê
  • Blog do Piva
  • Quebrando Muros
Receba nossas publicações
Receba nossas notícias e novidades em primeira mão!

© 2018 ArpaDesign | Todos os direitos reservados