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SUB40

Pedro Marín: tutela militar é o grande problema nacional

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Jornalista disse que grande imprensa não reconhece dimensão do problema e defendeu ser necessário um ‘equilíbrio de poder’; veja vídeo na íntegra

Camila Alvarenga

Madri (Espanha)
2022-04-29T13:06:00.000Z

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No programa SUB40 desta quinta-feira (28/04), o fundador de Opera Mundi, Breno Altman, entrevistou o jornalista, fundador e editor-chefe da Revista Opera, Pedro Marín, que abordou a questão da tutela militar no Brasil.

Segundo ele, este seria o grande problema nacional e principal fator de instabilidade política no país atualmente: “as pessoas estão muito preocupadas em discutir se Bolsonaro é ou não fascista e deixaram de falar do óbvio, que é o problema militar. Aliás, caracterizaria seu governo como um governo militar ou de tutelagem militar”.


De acordo com Marín, a grande imprensa contribuiu para que se deixe de abordar a questão, já que não a trata como um problema, “toca o tema como se a fonte de instabilidade e crise que envolve os militares fosse Bolsonaro que os submete ou os organiza”.

“Na minha concepção, no mínimo os militares são mais decisivos, mas, mesmo que a gente não queira reconhecer isso, precisamos entender que instabilidade política e tutela militar são uma coisa só. Sinto que a imprensa não quer tratar desse problema para manter boas relações com os militares, mas essa sempre será uma relação desigual”, reforçou.

O jornalista discorreu sobre como superar essa questão. Ele é coautor do livro Carta no Coturno - a volta do partido fardado no Brasil, de caráter de denúncia, e contou que agora está trabalhando numa obra mais propositiva, assim como pretende oferecer um curso que seja “mais programático”.

“Acho que é uma questão de equilíbrio de poder. Se relaciona com a questão de classe, mas o que quero dizer é que os militares só não participaram da política em momentos em que o poder armados estaca submetido ou em disputa. Na Venezuela, por exemplo, essa questão está resolvida, porque se em algum momento os militares quiseram dar um golpe, o povo sabe onde estão as armas e como usá-la”, explicou.

Ainda que a via revolucionária seja, segundo ele, a ideal para resolver o problema de uma vez, Marín refletiu sobre medidas mais imediatas, reformistas, para aliviar o problema. Ele citou como exemplo a importância de se abolir a justiça militar especial e de se construir uma organização do poder armado descentralizada, em que o Exército não tenha tanto poder.

Revista Opera

Junto com um colega, Marín contou que fundou a Revista Opera aos 16 anos. Sabendo que não poderiam competir com a grande mídia a nível informativo, o projeto surgiu da vontade de interpretar a política internacional, vista a partir de um eixo contra-hegemônico, e analisar seus desdobramentos no Brasil.

Reprodução/Instagram
Pedro Marín foi o entrevistado desta quinta-feira (28/04) do SUB40

“A gente não quer só oferecer outra narrativa, queremos construir nesse espaço certos tipos de discussões, concepções e avançar também nas organizações políticas que estão efetivamente comprometidas com posições similares à nossa. Além disso, tem um aspecto de combater o jornalismo hegemônico, então é uma posição num campo de batalha. Não só de luta, mas de dar guarida”, contou.

Marín disse que Opera Mundi foi uma inspiração para a Revista Opera - os dois sites não têm relação - mas disse que colocar o mesmo nome foi um "erro terrível". "Caio [Sousa, cofundador] e eu achamos, primeiro, um nome que era excelente. Fomos pesquisar na internet e tinha um blog de um coletivo de uma tendência petista lá no Ceará que tinha esse nome. Dissemos: 'então não pode, né?' Nos reunimos de novo, naquela fúria de fazer a coisa acontecer. Caio, então, falou: 'o que você acha de Opera? Por causa do movimento operário, vem do italiano "movimento", do trabalho...'. Achei ótimo. Naquele dia mesmo fizemos a Revista Opera", contou.

Para ele, a forma dos textos da revista também contribui para essa postura. Aproximando-se do que ficou conhecido como “new journalism”, os textos do veículo são mais longos, opinativos e analíticos, “para ligar os pontos para quem não tem tempo de fazê-lo”.

Já a linha editorial da Revista Opera é definida por um conselho editorial do qual não formam parte pessoas que militam de forma organizada em nenhum partido, já que, por ser um veículo pequeno, “queremos manter boas relações com todos”. Mas é determinado que o jornalismo praticado pela revista deve ter uma inspiração moral comunista, utilizando-se das ferramentas marxistas para “pensar a realidade nacional levando em consideração uma leitura geopolítica do que está ocorrendo no mundo”.

Sobre o perfil dos leitores do site, Marín revelou que são, na maioria, homens jovens localizados no Sul, Sudeste do país de classe média baixa, “mas queremos atingir novos públicos”. Sobre seu financiamento, atualmente o projeto se financia com campanhas de financiamento contínuo e apoio em trabalho voluntário, por exemplo de tradutores voluntários.

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Guerra na Ucrânia

Rússia diz que assumiu o controle total de Lugansk

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Ministério da Defesa da Rússia afirma que suas tropas tomaram a cidade estratégica de Lysychansk, assegurando o controle da região de Lugansk, no leste da Ucrânia

Redação

Deutsche Welle Deutsche Welle

Bonn (Alemanha)
2022-07-03T20:53:00.000Z

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A Rússia reivindicou neste domingo (03/07) o controle de toda a região de Lugansk, no leste da Ucrânia, após a conquista da cidade estratégica de Lysychansk, que foi palco de intensos combates.

Segundo o Ministério da Defesa da Rússia, o titular da pasta, Serguei Shoigu, informou oficialmente "o comandante em chefe das Forças Armadas russas, Vladimir Putin, sobre a libertação da República Popular de Lugansk".

Mais tarde, o Estado-Maior da Ucrânia confirmou em um comunicado publicado no Facebook que as tropas ucranianas foram forçadas a se retirar de Lysychansk,

"Depois de intensos combates por Lysychansk, as Forças de Defesa da Ucrânia foram forçadas a se retirar de suas posições e linhas ocupadas", disse o comunicado.

"Continuamos a luta. Infelizmente, a vontade de aço e o patriotismo não são suficientes para o sucesso - são necessários recursos materiais e técnicos", disseram os militares.

Lysychansk era a última grande cidade sob controle ucraniano na região de Lugansk.

Na manhã deste domingo, o governador ucraniano da região de Lugansk, Serguei Gaidai, já havia sinalziado que as forças da Ucrânia estavam perdendo terreno em Lysychansk, uma cidade de 100.000 habitantes antes da guerra. "Os russos estão se entrincheirando em um distrito de Lysychansk, a cidade está em chamas", disse Gaidai no Telegram. "Eles estão atacando a cidade com táticas inexplicavelmente brutais", acrescentou.

A conquista de Lysychansk - se confirmada - pode permitir que as tropas russas avancem em direção a Sloviansk e Kramatorsk, mais a oeste, praticamente garantindo o controle da região, que já estava parcialmente nas mãos de separatistas pró-russos desde 2014.

Militärverwaltung der Region Luhansk/AP/dpa/picture alliance
Lysychansk está em ruínas após combates entre as forças russas e ucranianas

No sábado, um representante da "milícia popular de Lugansk" havia afirmado que os separatistas e as tropas russas haviam cercado completamente Lysychansk, algo que foi inicialmente negado pela Ucrânia

Explosões em cidade russa

Ainda neste domingo, a Rússia acusou Kiev de lançar mísseis na cidade de Belgorod, perto da fronteira entre os dois países.

"As defesas antiaéreas russas derrubaram três mísseis Totchka-U lançados por nacionalistas ucranianos contra Belgorod. Após a destruição dos mísseis ucranianos, os restos de um deles caíram sobre uma casa", informou o porta-voz do ministério da Defesa russo, Igor Konashenkov.

O governador da região, Viacheslav Gladkov, já havia anunciado anteriormente a morte de pelo menos três pessoas em explosões naquela cidade.

As acusações levantadas por Moscou foram divulgadas um dia depois de a Ucrânia denunciar o que chamou de "terror russo deliberado" em ataques na região da cidade ucraniana de Odessa.

Segundo autoridades militares e civis ucranianas, pelo menos 21 pessoas, incluindo um menino de 12 anos, foram mortas na sexta-feira por três mísseis russos que destruíram "um grande edifício" e "um complexo turístico" em Serhiivka, uma cidade na costa do Mar Negro, a cerca de 80 km de Odessa, no sul da Ucrânia.

"Isso é terror russo deliberado e não erros ou um ataque acidental com mísseis", denunciou o presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, na noite de sexta-feira, enquanto as autoridades locais asseguraram que "não havia qualquer alvo militar" no local dos ataques.

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