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SUB40

Igor Felippe: com Bolsonaro, grande luta do brasileiro é pela sobrevivência

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Para coordenador de Comitês Populares de Luta, esquerda precisa retomar relação com base da população para além dos períodos eleitorais; veja vídeo na íntegra

Pedro Alexandre Sanches

São Paulo (Brasil)
2022-06-10T15:16:00.000Z

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“O povo brasileiro é de muita luta. E é sábio. Sabe o momento em que pode ganhar na luta política ou o momento em que sua luta principal é pela sobrevivência”, declarou Igor Felippe Santos, jornalista, militante do Movimento  Brasil Popular e do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), em entrevista a Breno Altman no programa SUB40 desta quinta-feira (09/06). 

Coordenador dos Comitês Populares de Luta pela eleição de Luiz Inácio Lula da Silva em 2022, o militante de 39 anos avalia que a luta do povo brasileiro passou por um refluxo por conta do golpe contra a ex-presidente Dilma Rousseff, da pandemia, do bolsonarismo, do desemprego e da fome. 

Para ele, uma das explicações possíveis para este cenário de refluxo seria por conta de um consciência do povo de que, em eventuais derrotas, a classe trabalhadora é quem mais sai prejudicada deste processo. 


Ainda assim, na batalha para reverter a desmobilização, o Movimento Brasil Popular realiza o trabalho de base junto ao Partido dos Trabalhadores (PT) e à Central Única dos Trabalhadores (CUT), congregando diversos movimentos sociais, como o MST, o Movimento de Mulheres Camponesas (MMC) e o Levante Popular da Juventude. Um dos desafios centrais é superar as dificuldades das campanhas Fora Bolsonaro em contagiar as massas nos últimos anos.

Santos cita, como fator de desarticulação, as mudanças profundas no mundo do trabalho e nas relações trabalhistas, em que 35 milhões de brasileiros vivem na informalidade. “Numa relação não regulamentada é muito mais difícil se organizar. Como o trabalhador informal vai lutar no território e pressionar o Estado?”, pergunta. 

Em contraponto, observa, os comitês de base que têm conseguido avançar mais em termos de organização e mobilização são aqueles que tratam com prioridade de temas mais próximos dos problemas concretos da população, como o desemprego e a fome.

Reprodução
Igor Felippe é jornalista e militante do MST, além de coordenar os Comitês Populares de Luta

Das lições aprendidas pela experiência dos governos petistas, que passou por uma fase de institucionalização e afastamento das bases, torna-se primordial a reaproximação em níveis que transcendam as campanhas e os objetivos eleitorais: "Precisamos aproveitar o clima de campanha para desenhar uma nova estrutura política organizativa que possa, no próximo período, ou servir de base para aplicar um programa de mudança no caso de eleição de Lula, ou ter um acúmulo para fazer a resistência num eventual segundo governo Bolsonaro”.

A tarefa, portanto, é muito maior e mais complexa do que simplesmente levar Lula à presidência, avalia Igor. "A partir do processo de enraizamento dos comitês populares, queremos sair da campanha com melhores condições para enfrentar as lutas que virão no próximo período”.

Durante a entrevista, os jornalistas discutiram também a transformação brutal dos modos de fazer campanha em anos recentes e a defasagem da esquerda no domínio das redes sociais e da comunicação via aplicativos como WhatsApp e Telegram, dominados com maior eficiência pelo bolsonarismo. 

Na avaliação de Igor, a esquerda chegou tarde ao mundo das novas tecnologias, aprisionada por paradigmas antigos de comunicação, que de certa forma ainda se mantêm no presente. 

“Em 2018 houve um choque: como é que Bolsonaro se elege presidente com oito segundos na televisão? A partir de lá conseguimos avançar um pouco, mas estamos aquém da necessidade que o momento histórico nos coloca”, reconhece.

Altman mencionou o descompasso entre a comunicação da direita, mais minimalista, telegráfica e com pouco a dizer, e da esquerda, tradicionalmente discursiva, e Santos observou que em termos numéricos Lula ainda não derrota Bolsonaro em nenhuma rede social. O desafio para o campo progressista, em 2022, passará por esse confronto inevitável e pela urgência em reconstruir uma comunicação direta e eficaz com os setores populares. 

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Política e Economia

Alemanha reduz imposto sobre o gás em meio a alta dos preços

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Scholz afirma que imposto sobre valor agregado cairá temporariamente de 19% para 7% a fim de 'desafogar consumidores'. Governo alemão estava sob pressão após anunciar uma sobretaxa ao consumo de gás durante o inverno

Redação

Deutsche Welle Deutsche Welle

Bonn (Alemanha)
2022-08-18T22:00:00.000Z

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O chanceler federal da Alemanha, Olaf Scholz, anunciou nesta quinta-feira (18/08) que o governo vai reduzir temporariamente o imposto sobre valor agregado (IVA) do gás, de 19% para 7%, a fim de "desafogar os consumidores" em meio a alta dos preços.

Em coletiva de imprensa, o líder alemão disse esperar que as empresas de energia repassem a economia possibilitada pela medida de maneira proporcional aos consumidores, que usam o gás, por exemplo, para aquecer suas casas em meses mais frios.

A medida deve entrar em vigor em outubro e durar ao menos até o fim do ano que vem. A ideia é diminuir o peso de uma sobretaxa ao uso de gás anunciada pelo governo alemão no início desta semana.

Essa sobretaxa, que também entrará em vigor em outubro para residências e empresas alemãs, foi fixada em 2,4 centavos de euros por quilowatt-hora de gás utilizado durante o inverno europeu.

O anúncio levou a indústria e políticos da oposição a pressionarem o governo alemão a tomar alguma medida para suavizar o aumento dos preços.

"Com essa iniciativa, vamos desafogar os consumidores num nível muito maior do que o fardo que a sobretaxa vai criar", afirmou Scholz.

Inicialmente, o governo alemão havia dito que esperava amenizar o golpe da sobretaxa ao gás tornando somente ela isenta do IVA. Mas, para isso, Berlim precisaria do aval da União Europeia (UE), que não aprovou a ideia.

Por outro lado, o que o governo de Scholz poderia fazer sem precisar consultar Bruxelas é alterar a taxa do IVA sobre o gás em geral. E foi o que ele fez.

O gás é o meio mais popular de aquecimento de residências na Alemanha, sendo usado em quase metade dos domicílios do país.

Alemanha corre para encher reservatórios

Além de planos para diminuir o uso de energia, a Alemanha também segue tentando encher suas reservas de gás natural liquefeito antes do início do inverno.

O vice-chanceler federal e ministro da Economia e da Proteção Climática, Robert Habeck, anunciou recentemente um plano para preencher os reservatórios com 95% da capacidade até 1º de novembro.

No momento do anúncio, as reservas estavam em 65% do total e, no fim de semana passado, chegaram a 75%, duas semanas antes do previsto.

Julian Stratenschulte/dpa/picture alliance
Redução no imposto sobre o gás ocorreu após pressão da indústria e de políticos da oposição

Ainda assim, o chefe da agência federal alemã responsável por diferentes redes, como redes de trens e de gás, disse nesta quinta-feira que tem dúvidas sobre o alcance da meta.

"Não acredito que vamos atingir nossas próximas metas de reserva tão rapidamente quanto as primeiras. Em todas as projeções ficamos abaixo de uma média de 95% até 1º de novembro. A chance de isso acontecer é baixa porque alguns locais de armazenamento começaram num nível muito baixo", disse Klaus Müller ao site de notícias t-online.

Ele também alertou que os consumidores provavelmente terão que se acostumar com as pressões no mercado de gás de médio ou longo prazo.

"Não se trata de apenas um inverno, mas de pelo menos dois. E o segundo inverno [a partir do final de 2023] pode ser ainda mais difícil. Temos que economizar muito gás por pelo menos mais um ano. Para ser bem direto: serão pelo menos dois invernos de muito estresse", afirmou Müller.

Plano de contingência

Em 26 de julho, a União Europeia aprovou um plano de redução do consumo de gás, com o objetivo de armazenar o combustível para ser usado durante o inverno e diminuir a dependência da Rússia no setor energético. O plano de contingência entrou em vigor no início de agosto.

Na Alemanha, o governo segue analisando maneiras de limitar o consumo de energia, antevendo a situação para o próximo inverno.

Prédios públicos, com exceção de hospitais, por exemplo, serão aquecidos somente a 19 ºC durante os meses frios. Além disso, diversas cidades na Alemanha passaram a reduzir a iluminação noturna de monumentos históricos e prédios públicos.

Em Berlim, cerca de 200 edifícios e marcos históricos, incluindo o prédio da prefeitura, a Ópera Estatal, a Coluna da Vitória e o Palácio de Charlottenburg, começaram a passar por um processo de desligamento gradual de seus holofotes no final de julho, em um processo que levaria quatro semanas.

Hannover, no norte do país, também anunciou seu plano para reduzir o consumo de energia em 15% e se tornou a primeira grande cidade europeia a desligar a água quente em prédios públicos, o que inclui oferecer apenas chuveiros frios em piscinas e centros esportivos.

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