Depois de incentivar a invasão de apoiadores ao Capitólio que terminou com um morto e interrompeu a sessão de certificação da vitória do democrata Joe Biden, e faltando apenas 13 dias para deixar o poder, o presidente norte-americano Donald Trump afirmou, em nota divulgada na madrugada desta quinta (07/01), que fará uma “transição ordeira” para o próximo mandatário.
Mesmo assim, Trump não deixou de se elogiar e disse que fez o “maior primeiro mandato da história presidencial”.
“Apesar de eu discordar totalmente do resultado da eleição, e os fatos confirmem isso, mesmo assim haverá uma transição ordeira no dia 20 de janeiro”, disse, na nota divulgada por um porta-voz da Casa Branca. “Embora isso represente o fim do maior primeiro mandato da história presidencial, é apenas o começo de nossa luta para tornar a América grande de novo.”
A nota representa um giro de 180º graus na posição do presidente, que sistematicamente rejeitou aceitar a derrota para o agora presidente eleito e, em uma tática golpista, inventou denúncias descabidas de fraude para tentar reverter o resultado da eleição.
Trump atrapalhou o quanto pôde a transição, recusando-se a autorizar que a equipe de Biden tivesse acesso a dados do governo e instruindo seus secretários a não passar informações para o próximo governo.
Durante a madrugada, diversos funcionários da Casa Branca, como a chefe de Gabinete da primeira dama Melania Trump (e ex-porta-voz do governo), Stephanie Grisham, pediram demissão em protesto à invasão, mostrando uma provável perda de musculatura política do presidente.
No Congresso, diversos democratas pediram ao vice-presidente Mike Pence que invoque a 25ª emenda, um instrumento que permite retirar o presidente do poder sem um impeachment. Para tal, todos os membros do gabinete e o vice precisam enviar uma carta aos parlamentares dizendo que o presidente não tem mais condições de se manter no cargo.
Casa Branca
Trump se comprometeu com ‘transição ordeira de poder’