Sexta-feira, 11 de julho de 2025
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A decisão do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, de dissolver o gabinete de guerra acontece uma semana após o pedido de demissão de Benny Gantz, membro da oposição que se juntou ao governo de emergência após os ataques do Hamas em 7 de Outubro.

A decisão do premiê ocorre sob forte pressão exercida por Itamar Ben Gvir, um dos elementos mais extremistas da atual coalizão de governo, que pretendia se juntar a este fórum reduzido responsável por tomar as decisões sobre a campanha militar.

Um membro do alto escalão do governo procurou explicar à RFI o posicionamento de Netanyahu: “Não há necessidade de manter o gabinete de guerra reduzido, já que ele foi criado como parte das negociações para Gantz se juntar ao governo. A tendência é que as reuniões reduzidas continuem, mas sem esse nome. E devem ocorrer até com mais frequência”, diz.

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De acordo com as avaliações de outras fontes de segurança, a intenção de Netanyahu seria a de excluir não apenas Ben Gvir, como também seu aliado Bezalel Smotrich, ministro das Finanças.

Gabinete Executivo do Presidente dos Estados Unidos e do Presidente da Federação Russa/Wikicommons
Após a saída de Gantz, os Estados Unidos pressionaram Netanyahu para não dissolver o gabinete de guerra por acreditarem que se tratava de um fórum interno mais moderado e avesso à influência de extremistas

Ao contrário das reuniões do gabinete de segurança amplo, onde já compareceram cerca de 50 pessoas, incluindo ministros, convidados adicionais da área de defesa e conselheiros ou chefes de gabinete, a gestão das reuniões no gabinete de guerra reduzido foi mais fácil devido ao pequeno número de participantes. Apenas Netanyahu, Benny Gantz e o ministro da Defesa Yoav Gallant tinham direito a voto.

Pressão dos EUA

Após a saída de Gantz, os Estados Unidos pressionaram Netanyahu para não dissolver o gabinete de guerra por acreditarem que se tratava de um fórum interno mais moderado e avesso à influência de extremistas. Uma das opções era a adesão de Israel Katz, ministro das Relações Exteriores. No entanto, Smotrich e Ben Gvir insistiram que em qualquer caso de expansão do gabinete eles deveriam ter direito a assento.

Membros da oposição israelense interpretam o gesto de Netanyahu como uma tentativa de se colocar à margem do processo de tomada de decisões. Isso porque a partir de agora as medidas mais importantes precisarão ser levadas ao gabinete de segurança amplo. E com um número maior de participantes, a tendência é que seja difícil aprová-las ou chegar a consenso por meio de negociações.