EUA defendem resgatar Resolução 1701 da ONU para buscar cessar-fogo entre Israel e Líbano
No entanto, Casa Branca reconhece que esforço pode ser 'insuficiente' para acabar com troca de ataques entre Israel e Hezbollah 'de uma vez por todas'
O enviado especial dos Estados Unidos, Amos Hochstein, defendeu nesta segunda-feira (21/10) que a Resolução 1701 do Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU), que encerrou um mês de combates entre Israel e o Hezbollah em 2006, continua sendo a base para um cessar-fogo no Líbano.
“O compromisso que temos é resolver este conflito com base na Resolução 1701”, disse Hochstein à imprensa em Beirute. No entanto, reconheceu ser “insuficiente” que “apenas” as duas partes do conflito se comprometam a respeitar a medida, uma vez que a guerra “escalou fora de controle”.
“A Resolução 1701 conseguiu pôr fim à guerra em 2006. Contudo, (…) ninguém [Hezbollah e Israel] fez nada para implementá-la”, lamentou, acrescentando que Washington tenta elaborar uma alternativa para garantir que a medida seja implementada “de forma justa, precisa e transparente” e que acabe a guerra de forma definitiva.
“Estamos trabalhando com o governo do Líbano, o Estado do Líbano, bem como o governo de Israel para chegar à melhor forma de promover uma cessação de hostilidades de uma vez por todas”, declarou.

Após reunião com o presidente do Parlamento, Nabih Berri, em Beirute, o emissário norte-americano Amos Hochstein afirmou que ‘vincular o destino do Líbano a outros conflitos na região não era do interesse do país’
Nesta segunda-feira, o emissário norte-americano realizou encontros na capital libanesa com o presidente do Parlamento, aliado do grupo Hezbollah, Nabih Berri, e com o primeiro-ministro libanês, Najib Mikati, em um esforço para acabar com a guerra promovida pelo regime sionista no país. Em menos de um mês, as operações israelenses causaram quase 2,5 mil fatalidades, incluindo de civis, conforme o Ministério da Saúde local.
A Resolução 1701, mencionada por Hochstein à imprensa, prevê a cessação das hostilidades na fronteira que divide o Líbano e Israel. Além disso, determina que somente as forças de paz da ONU (Unifil) e o exército libanês podem operar no sul do território libanês, descartando a presença do Hezbollah.
Hochstein ressaltou que os EUA estão trabalhando “incansavelmente” por um cessar-fogo entre os países desde que as tensões entre o governo de Israel e o Hezbollah se agravaram, em 23 de setembro. O representante norte-americano destacou ainda que o atual objetivo de Washington é pôr fim à guerra o “mais rápido possível”.
