Sábado, 17 de maio de 2025
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Na madrugada desta quarta-feira(16/10), as Forças de Defesa de Israel (FDI) realizaram novos ataques aéreo à Beirute e a cerca de 140 alvos no sul do Líbano. Houve ao menos nove mortos e uma centena de feridos  na intensa jornada de bombardeios no sul do país.

Por outro lado, o Hezbollah lançou 50

Em Dahiye, subúrbio sul de Beirute com forte presenta do Hezbollah, o objetivo declarado por Israel era um depósito subterrâneo de armas do grupo. Outros 54 ficaram feridos na simbólica cidade de Qana, onde, em 1996, o exército israelense matou uma centena de pessoas num campo de refugiados sob proteção da ONU.

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Em Nabatieh, capital de província do sul do país, as bombas mataram o prefeito Ahmed Kahil, outras cinco pessoas e feriram 43.  Nessa cidade, o primeiro ministro libanês, Najib Mikati, acusou Israel de ter como alvo  uma reunião municipal.

Simultaneamente, forças navais israelenses, em cooperação com tropas terrestres, atingiram dezenas de alvos do Hezbollah, segundo a FDI.

Os ataques ocorreram poucas horas depois de os EUA terem se manifestado contrários ao escopo dos ataques israelenses recentes.

“Quando se trata do escopo e da natureza da campanha de bombardeios que vimos em Beirute nas últimas semanas, deixamos claro ao governo de Israel que tínhamos preocupações e que nos opomos”, disse o porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Matthew Miller, na terça-feira (15/10).

47 mortos em seis dias

Este é o terceiro ataque aéreo à Beirute e seu entorno em uma semana. Na quinta-feira (10/11), 22 pessoas morreram e 117 ficaram feridas em dois bombardeios no centro da capital, que derrubaram prédios inteiros de uma área densamente povoada. O alvo declarado, o oficial do Hezbollah Wafiq Safa, sobreviveu.

No sábado (13/10), os bombardeios ao povoado de Maaysrah, a 38 quilômetros da da capital, deixaram 20 mortos, aos quais devem se somar ao menos seis  dos ataques dessa madrugada.

Segundo informou The Guardian, o primeiro-ministro interino do Líbano, Najib Mikati, disse na terça-feira (15/10) que seus contatos com as autoridades norte-americanas haviam “produzido uma ‘espécie de garantia’ de que Israel reprimiria seus ataques a Beirute e seus subúrbios do sul”.

Foto: Irna
Prédios bombardeados domingo (13/10) no Sul do Líbano.

O endurecimento do tom de Washington com relação à ofensiva israelense no Oriente Médio se expressou também numa carta enviada domingo pelo governo norte-americano a duas altas autoridades israelenses.

Vazada à imprensa nesta terça-feira (15/10), a missiva menciona a possibilidade de um corte na ajuda militar norte-americana, caso Israel continue não permitindo a entrada de ajuda humanitária aos quase 2 milhões de pessoas presas em Gaza.

Armamento proibido

Terça-feira (15/10), o Hezbollah denunciou mais um crime de guerra de Israel: o uso de munição racimo em seus bombardeios no sul do Líbano. Esse tipo de munição se caracteriza por uma cápsula que se abre no ar espalhando projéteis explosivos numa ampla área. Trata-se de armamento proibido internacionalmente por ampliar muito a área atingida, impossibilitando apenas alvos específicos.

No Líbano, os ataques das Forças de Defesa de Israel já mataram ao menos 2.350 pessoas e feriram 11 mil, sendo a maior parte no último mês. Quase um terço das vítimas eram crianças. Mais de 1,2 milhão de libaneses foram deslocados de suas casas e as ordens de evacuação de Israel já atingem mais de um quarto da população do país.

O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) denunciava ontem que 400 mil crianças libanesas foram expulsas de suas casas e estão vivendo em condições desumanas em abrigos superlotados.

Hezbollah lança 50 foguetes

O exército israelenses informou que nessa madrugada (16/10) o Hezbollah lançou 50 foguetes do sul do Líbano em direção à zona de Safed, no norte de Israel. Alguns foram interceptados e outros não. Hezbollah, que já disse que cumprirá um cessar-fogo se Israel parar de atacar Gaza e o Líbano, declarou que o ataque é uma represália à invasão do Líbano pelas tropas israelenses.