Israel propõe acesso livre ao espaço aéreo do Líbano para ‘acabar com guerra’
Governo israelense apresentou aos EUA 'condições' para uma trégua no território libanês
Três semanas depois da intensificação dos ataques israelenses no Líbano, o gabinete do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu entregou aos Estados Unidos um documento contendo suas condições para encerrar a guerra no território libanês, que já provocou quase 2,5 mil pessoas, sobretudo civis, conforme o Ministério da Saúde local. A informação foi primeiramente divulgada pelo site norte-americano Axios, no domingo (20/10).
De acordo com a agência Reuters, nesta segunda-feira (21/10), o enviado especial dos EUA, Amos Hochstein, confirmou em Beirute que Washington estava trabalhando em uma alternativa para acabar com o conflito “para sempre”, e que, para isso, seria “insuficiente” apenas se sustentar com a resolução 1701 do Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU), que exige que as Forças Armadas libanesas sejam a única resistência armada no sul do Líbano.
Entre as principais condições da proposta redigida e entregue pelo regime sionista ao governo norte-americano, está o “empenho ativo” das Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês) para que o Hezbollah “não se rearme, nem se reconstrua” na fronteira entre os países. Além disso, determina que as forças aéreas israelenses tenham liberdade para operar no céu do Líbano.
Uma fonte norte-americana citada pelo Axios considerou ser “altamente improvável” que as condições sugeridas por Israel sejam aceitas por Beirute e pela comunidade internacional. Segundo o jornal The Times of Israel, a Casa Branca e a embaixada israelense em Washington se recusaram a fazer comentários sobre o relatório.

Tropas israelenses operam no sul do Líbano em uma foto publicada em 21 de outubro de 2024
A proposta apresentada pelo gabinete de Netanyahu também deve estar na pauta da viagem do secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, que nesta semana realiza mais uma rodada de passagens pelo Oriente Médio, incluindo Israel, com o objetivo de discutir uma possível trégua na Faixa de Gaza, pouco antes das eleições norte-americanas.
“O secretário Blinken discutirá a importância de acabar com a guerra em Gaza, conseguir a libertação de todos os reféns e aliviar o sofrimento do povo palestino”, explicou o porta-voz do Departamento de Estado, Matthew Miller, em comunicado. Trata-se da 11ª viagem de Blinken ao Oriente Médio desde 7 de outubro de 2023, quando as tropas israelenses passaram a intensificar suas operações de ocupação militar e agressões contra os palestinos em Gaza.
Enquanto isso, nesta segunda-feira, o secretário-geral da Liga Árabe, Ahmed Aboul Gheit, ressaltou que a prioridade do grupo é alcançar um cessar-fogo imediato no Líbano. Durante uma reunião em Beirute, a autoridade pediu a retirada integral das IDF de “quaisquer territórios libaneses”, e ainda declarou ser impossível “destruir” o Hezbollah, pois “você não pode destruir uma ideia”.
