Carlos Marighella, baiano nascido em Salvador no ano de 1911, foi uma importante liderança comunista na história do país, assassinado pela ditadura militar (1964-1985).
Sua mãe era uma baiana negra, filha de escravizados, e seu pai um operário imigrante italiano.
Militante profissional e dedicado à revolução socialista no Brasil, Marighella foi preso e tortura diversas vezes em sua vida.
Como em 1932, preso após escrever uma poesia crítica a um político militar. Depois, em 1936 e de 1939 a 1946, por subversão.
Até 1934, o baiano cursava engenharia civil, mas abandona a graduação para ingressar nas fileiras do PCB, partido que milita ativamente contra Getúlio Vargas.
Assim como a legenda, Marighella é obrigado a viver na clandestinidade por anos, já que era alvo da ditadura Vargas e, depois, do regime militar.
É em 1946 que o revolucionário se elege deputado federal. Porém, dois anos depois, perde o mandato quando o PCB é colocado na clandestinidade.
Durante os anos de chumbo, Marighella tem discordâncias com o PCB e, em 1964, é expulso após decidir ingressar à luta armada.
No mesmo ano, funda e comanda a Ação Libertadora Nacional (ALN), grupo que exerce tática de guerrilha contra a ditadura.
Marighella chegou a ser considerado o "inimigo número um" da ditadura.
Após anos de luta contra a repressão, em 1969, aos 58 anos, é assassinado em uma emboscada organizada por agentes militares.
Marighella se tornou um exemplo de combatividade revolucionária e uma das principais lideranças negras da política brasileira.
A frase "não tive tempo para ter medo", escrita em seu túmulo, sintetiza quem foi o comunista.
Seu corpo foi enterrado no Cemitério Quinta dos Lázaros, em Salvador.
Por sua incansável luta, Marighella é tema de documentários, músicas e livros.
A biografia "Marighella: O guerrilheiro que incendiou o mundo", de Mário Magalhães, inspirou o filme dirigido por Wagner Moura sobre a vida do revolucionário.
Sua vida também já foi cantada por artistas como Caetano Veloso e pelo grupo Racionais MC's.
Desenvolvimento: Camila Araújo
Texto original: Haroldo Ceravolo Sereza
Fotos: Wikicommons, arquivos cedidas por Mário Magalhães e ilustração de Fernando Carvall