Radicado na Califórnia, Harvey Milk (1930-78) desenvolveu uma militância em que a defesa de pequenos negócios, como sua loja Castro Camera, misturou-se com a defesa intransigente de direitos LGBTQIA+.
Milk defendia que a luta pela igualdade passava também pela necessidade de que os integrantes da comunidade se assumissem publicamente, como forma de fortalecer a luta por direitos civis.
Falar em homossexualidade e desejo era um ato revolucionário nos anos 1970 – mesmo entre partidos de esquerda, que não viam o tema com bons olhos e davam prioridade à economia.
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Milk enfrentou a máquina do partido Democrata para construir sua vida política. Cortou o cabelo e fez algumas concessões para fortalecer seu nome, além de aliar-se a sindicatos e a grupos étnicos.
Milk organizava passeatas, panfletagens e reuniões na sua loja de fotografia. Foi um grande ativista e ajudou a moldar novas formas de se pensar a luta pelos direitos LGBTQIA+.
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Inicialmente conservador, tornou-se liderança de diferentes pautas da esquerda ao assumir sua sexualidade. Candidatou-se diversas vezes ao órgão equivalente à Câmara de Vereadores de São Francisco.
A luta pelos direitos LGBTQIA+ foi travada por Milk dentro da democracia americana e incorporada às pautas identitárias: passeatas e debates ajudaram a luta a ter êxito.
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Em 1977, Harvey Milk foi eleito supervisor, um cargo semelhante ao de vereador. Foi o primeiro político assumidamente gay a assumir um mandato eletivo nos Estados Unidos.
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11 meses após assumir o cargo, Milk foi morto por outro supervisor, que havia renunciado, mas se arrependido da decisão. Além de Milk, esse supervisor matou também o então prefeito George Moscone.
Milk canalizou para a política anseios de uma camada perseguida da sociedade. Sua morte precoce privou a esquerda de uma voz, mas o impacto de seu ativismo permanece vivo.
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Em 2008, o ator Sean Penn interpretou Harvey Milk no filme “Milk: A Voz da Igualdade”, dirigido por Gus Van Sant. A película rendeu a Penn seu segundo Oscar de Melhor Ator.