Opera Mundi separou oito dos principais veículos que combateram o regime.
Veja a lista:
Durante a ditadura civil-militar no Brasil (1964 a 1985), diversos jornais lutaram pela democracia.
1. Amanhã
Em 1967, chegava às bancas um semanário criado e dirigido por estudantes, com a intenção de resistir ao golpe e dialogar com a classe trabalhadora.
O Amanhã durou 7 edições, mas denunciou ataques aos trabalhadores, combateu o autoritarismo e serviu para formar a equipe que estaria depois em grandes veículos como Opinião e Movimento.
2. Libertação
Durante a ditadura, jornais eram impressos em gráficas clandestinas, endereços anônimos e distribuídos em esquemas cuidadosamente elaborados para escapar dos olhos da repressão.
Assim surgiu, em 1968, o Libertação, jornal da organização Ação Popular (AP), que se propunha a combater o regime com matérias que denunciavam seu caráter opressor e prejudicial ao Brasil.
Em meados dos anos 1970, os focos da luta armada perdiam força e as poucas frentes de resistência à ditadura já não tinham o mesmo vigor para enfrentá-la.
3. Opinião
Foi nesse contexto que surgiu, em 1972, um jornal de oposição dentro da legalidade, com firma aberta, funcionários registrados e sucesso editorial enquanto durou: o Opinião.
Desentendimentos com o dono do jornal e a pressão da censura levaram a redação do Opinião a se demitir em massa em 1975.
4. Movimento
Esse grupo de jornalistas, financiado por acionistas interessados na luta democrática, fundou o jornal Movimento, em 1975. A publicação se tornaria um dos maiores jornais alternativos do Brasil.
Desgastados por rachas políticos, alguns jornalistas do Movimento decidiram deixar o jornal, em 1978, para fundar outro periódico e seguir lutando contra o regime militar.
5. Em Tempo
Assim surgiu o Em Tempo, jornal que entrou para a história por publicar uma lista dos torturadores que atuavam nos porões da ditadura.
Um marco da luta feminista e da resistência à ditadura, o jornal Brasil Mulher foi criado em 1975.
6. Brasil Mulher
Foram 20 edições com temas especialmente ligados às mulheres, como a jornada dupla de trabalho e o questionamento da estrutura patriarcal da sociedade.
Na segunda metade dos anos 70, direções progressistas começaram a retomar o controle dos sindicatos e dar voz ativa aos trabalhadores, fase marcada pelas greves dirigidas por Lula.
7. Oboré
Um grupo de jornalistas e artistas cumpriu o papel da comunicação sindical: a Oboré nasceu para não ter um veículo próprio, mas editar inúmeros jornais de sindicatos.
Em 1975, o então diretor de jornalismo da TV Cultura, Vladimir Herzog, foi morto após sessões de tortura. O fato abalou a ditadura, graças às cobranças por justiça pelo assassinato.
8. Unidade
O Sindicato dos Jornalistas de SP e o seu jornal, o Unidade, tiveram papel fundamental na luta pela memória de Vlado, pela justiça e pela redemocratização.