O general Khattiya Sawasdipol, um dos líderes do movimento dos “camisas-vermelhas”, que há meses fazem protesto na Tailândia exigindo mudança de governo, levou um tiro na cabeça enquanto participava de uma manifestação em Bangcoc nesta quinta-feira (13/4).
Sawasdipol, conhecido popularmente como “Seh Daeng”, foi levado para um hospital da cidade e estaria em estado grave. Imagens da televisão local mostram o líder da oposição, sangrando, sendo socorrido por equipes de resgate.
O militar foi baleado enquanto dava uma entrevista à imprensa estrangeira em um cruzamento de ruas, junto à área ocupada pelos manifestantes, correligionários seus e do ex-primeiro-ministro Thaksin Shinawatra, deposto em um golpe de Estado em 2006.
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Apenas na véspera, o general dera uma entrevista a uma rádio local em que mostrava-se convicto de que não poderia ser atingido por nenhuma ameaça nem ataque vindo de seus adversários. “Quem viria aqui me pegar? Eu fico restrito às áreas do protesto. Seria como um filme de espionagem, se você conseguir imaginar alguém se infiltrando entre os camisas-vermelhas e me levando”, disse.
Barbara Walton/Efe
Médicos transportam com urgência líder dos “camisas vermelhas”, Khattiya Sawasdipol, ferido na cabeça
Desde o início do mês, os camisas-vermelhas ocupam o distrito financeiro, no coração de Bangcoc, onde montaram um acampamento com centenas de pessoas. O fim da ocupação era uma condição para a trégua assinada na semana passada, segundo a qual o parlamento seria dissolvido e novas eleições ocorreriam em novembro. Como a exigência não foi atendida, o governo voltou atrás ontem a cancelou o pleito e denunciou o acordo. Além disso, as autoridades chegaram a ameaçar cortar a água do acampamento, para forçar os manifestantes a saírem.
Algumas embaixadas estrangeiras em Bangcoc foram fechadas hoje, devido à continuidade da violência. EUA e Reino Unido estavam entre os países a fechar as portas de suas representações diplomáticas. O Brasil não imitou a decisão e manteve a embaixada aberta.
Em dois meses de protestos, pelo menos 29 pessoas já morreram na Tailândia e mais de mil ficaram feridas.
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