O fragmento está escrito na língua acádia, atualmente extinta e usada na antiga Mesopotâmia principalmente por assírios e babilônios no segundo milênio antes de Cristo. Os arqueólogos dataram a tábua entre os séculos XVIII e XVII a.C., o mesmo período do Código de Hamurábi, informou nesta segunda-feira (26/7) a universidade em comunicado. A tábua foi achada recentemente em Tel Hazor, um dos sítios arqueológicos mais importantes de Israel, declarado Patrimônio da Humanidade em 2005.
“Leis semelhantes às do Código de Hamurábi são conhecidas pela Torá (corresponde ao Antigo Testamento), mas a diferença de tempo entre as duas escrituras é de mil anos. Agora, temos em nossas mãos o fragmento de uma tábua que contém leis muito similares ao código, mas achada em Hazor e que datam do mesmo período”, aponta o professor Amnon Ben-Tor, do Instituto de Arqueologia da Universidade Hebraica.
Os fragmentos encontrados se referem a questões relacionadas com legislação sobre danos pessoais e relações entre amos e escravos, que guardam similaridades com a peça de Hamurábi descoberta há mais de um século na Pérsia (hoje, Irã).
Escola
A tabuleta achada em Israel também contém diretrizes relacionadas com a legislação bíblica, do tipo “olho por olho, dente por dente”, dizem os pesquisadores. Durante anos, estudiosos da Bíblia e acadêmicos tentaram desvendar as relações existentes entre a lei mosaica e a babilônica.
“Hoje sabemos que em Tel Hazor havia uma escola de escribas que estavam familiarizados com o Código de Hamurábi”, diz Ben-Tor.
Para ele, essa transferência de conhecimento pode ter acontecido na última etapa da Idade do Bronze. Segundo o pesquisador, a descoberta pode ajudar a entender sobre como esse tipo de leis passou para o período israelita.
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