“Nós estamos do lado correto da história” era a mensagem que se podia ouvir ecoando na 5th Avenida, não aquela famosa de Manhattan, mas a que fica na região de Bay Ridge, no Brooklyn, onde dezenas participaram neste sábado (18/05) de uma manifestação pedindo o fim da guerra de Israel em Gaza.
Diferentemente dos demais protestos que vêm ocorrendo quase semanalmente em Nova York, nos Estados Unidos, desde o começo do conflito na Faixa de Gaza, este teve lugar em um dos bairros com uma das maiores comunidades árabes não só da cidade, mas do país inteiro.
Desde a tomada policial à Universidade de Columbia, o policiamento em protestos antiguerra têm sido intensificados. Neste sábado, havia uma força policial trajando equipamento antimotim, esperando pelo menor sinal de agitação para realizar detenções. Logo que a manifestação teve início, dois policiais subiram ao terraço de um dos edifícios da vizinhança para pedir que um rapaz portando uma bandeira palestina saísse do local, gerando comoção entre os manifestantes para impedir que ele fosse preso.
Uma das manifestantes, primeira geração de nascidos nos Estados Unidos de uma família palestina, foi escoltada pelos policiais que lhe disseram que ela e sua bandeira estavam obstruindo o caminho.
“Eles estão com equipamento antimotim! Este é um protesto pacífico, mas eles pressionam para uma escalada. Eles sempre pressionam, sempre prendem pessoas que não fizeram nada de errado. Aqui, no Brooklyn, há muitas pessoas de diferentes origens que podem se identificar com a causa palestina porque a opressão é vista em muitas dessas comunidades, então acho que qualquer um poderia se identificar com a opressão vivida na Palestina”, disse ela a Opera Mundi.
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A jovem, como muito outros manifestantes, prefere esconder parte do rosto e não fornecer seu nome. “A forma como eles têm feito isso é obviamente – perigosa – eles divulgarão seus detalhes, suas fotos, mesmo que você não esteja fazendo nada de errado, apenas se opondo ao genocídio, sionismo e a Israel. Eles estão tentando fazer com que pareça que você é antissemita, e isso é totalmente absurdo”, declara.
Entre o público que enfrentou a chuva para demonstrar seu descontentamento com o dinheiro que o governo norte-americano tem enviado para armar Israel, estavam muitas famílias, crianças e pessoas que há anos deixaram seu país natal buscando uma vida melhor nos Estados Unidos.
Como é o caso de Basco, jovem de 26 anos de origem palestina que trabalha como cozinheiro e é morador de Bay Ridge há cerca de cinco anos, momento em que mudou-se aos Estado Unidos.
Junto a outros companheiros trajados com o keffiyeh, tradicional lenço palestino, ele portava uma bandeira com a mensagem de “trabalhadores e estudantes unidos para romper o imperialismo e o sionismo”.
Sobre ter esperança no futuro diante do contexto de guerra, o jovem automaticamente leva a mirada ao horizonte e diz que “acredita no que o futuro pode trazer” e que confia na “resiliência e firmeza” que o povo palestino está apresentando neste momento. “Nós precisamos apoiá-los, seja como for”, concluiu.
Na manifestação também tinham brasileiros que ajudaram a organizar diversos atos pró-Palestina pelo mundo. A comunidade no exterior, junto com coletivos locais, realizaram atos em Portugal, França, Espanha, Itália, Colômbia e outras regiões.
A Opera Mundi, Pedro Prola, coordenador do Núcleo do PT em Lisboa, disse que a pauta dos atos foi dialogada em quatro pontos fundamentais: defesa da paz; defesa do povo palestino; contra o genocídio em Gaza; e pelo cessar-fogo imediato.