Segundo uma fonte do Palácio do Planalto, o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, recebeu a carta que lhe foi enviada há uma semana por seu homólogo argentino, Javier Milei, na qual o ultraliberal propôs a realização de um encontro diplomático.
O mandatário brasileiro estaria com a carta em seu gabinete, mas a informação não foi anunciada oficialmente, conforme disse a fonte consultada pela agência italiana ANSA nesta segunda-feira (22/04).
Na segunda-feira passada (15/04), a carta foi entregue pessoalmente pela ministra argentina das Relações Exteriores, Diana Mondino, ao chanceler brasileiro, Mauro Vieira, durante uma reunião no Palácio do Itamaraty, em Brasília.
Por enquanto, nem o Planalto, nem o Itamaraty informaram se Lula leu a carta ou se pretende respondê-la. As autoridades brasileiras consideram que, a curto prazo, há poucas chances de um encontro bilateral entre os mandatários, mas não excluem a possibilidade de os presidentes terem uma breve conversa na próxima cúpula do G7, a ser realizada em junho na Itália; na cúpula do Mercosul, prevista para julho no Paraguai; ou na conferência de presidentes do G20, a ser realizada em novembro no Rio de Janeiro.
Lula chegou a manifestar seu desagrado com Milei devido aos insultos recebidos durante sua campanha eleitoral em 2023.
Em um dos ataques de Milei a Lula, durante uma entrevista ao jornalista peruano Jaime Bayly em novembro, o agora presidente argentino chamou o brasileiro de “corrupto” e “comunista”, negando uma possível reunião com o mandatário vizinho.
Na conversa, reportada pelo jornal argentino La Nacion, o argentino também ameaçou romper relações diplomáticas com o Brasil, caso vencesse as eleições. Quatro meses após sua posse, Milei recuou o discurso e não rompeu com Brasília.
Apesar disso, o governo está interessado em manter uma relação “pragmática” com as autoridades de Buenos Aires e concedeu o agrément (autorização) para que Guillermo Daniel Raimondi seja o novo embaixador argentino no Brasil.
(*) Com Ansa