O presidente da França, Emmanuel Macron, anunciou nesta terça-feira (21/05) que viajará nas próximas horas até Numea, capital da Nova Caledônia, colônia que o país mantém na Oceania e que vive há dez dias uma onda de protestos liderada por movimentos independentistas organizados pela comunidade kanak, originária das ilhas.
A porta-voz do governo francês, Prisca Thevenot, afirmou que Macron decidiu alterar sua agenda, que previa uma reunião do conselho de ministros nesta terça-feira, para viajar a Numea, capital do arquipélago.
Desde a última semana, a Nova Caledônia tem sido palco de enfrentamentos entre manifestantes e forças de segurança, especialmente desde que o governo francês decidiu enviar mais de dois mil policiais e militares para reforçar a repressão contra o grupo independentista. Além disso, o interventor francês na colônia, Louis Le Franc, impôs estado de emergência com toque de recolher entre as 18h e às 6h.
As medidas que não tiveram bons resultados. A mobilização independentista continua e a repressão das autoridades francesas já resultou em mais de 300 pessoas presas e mais de 400 feridas, das quais mais de 300 são civis e cerca de 60 são membros das forças de segurança.
Início dos protestos
As manifestações começaram no dia 12 de maio, devido à imposição por parte de Paris de uma reforma eleitoral que daria direito a voto aos franceses residentes no arquipélago.
Atualmente, só as pessoas nascidas em Nova Caledônia ou que moram no território ultramarino há mais de dez anos podem votar e se candidatar nas eleições locais. Esses processos podem eleger somente representantes do parlamento local.
A administração do arquipélago é responsabilidade de um alto comissário imposto pelo governo da França. O cargo é ocupado atualmente por Louis Le Franc, político nomeado por Macron.
O povo originário kanak reclama há décadas por uma maior autonomia política para a Nova Caledônia, e alguns setores dessa comunidade formam parte de um movimento separatista que existe há décadas e que conseguiu mobilizar mais pessoas nos últimos dias a partir da insatisfação gerada pela reforma eleitoral.
Com informações do The Guardian.