O resultado das eleições venezuelanas, divulgados neste domingo (15/10), apontaram uma ampla vantagem do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), que venceu em 17 dos 23 estados. A oposição acusou governo do país de fraude. Para o professor de relações internacionais da Universidade Federal do ABC (UFABC), Igor Fuser, esta alegação é “ridícula”.
A coligação de oposição venceu em apenas cinco estados. “A oposição venezuelana denuncia fraude sempre que perde alguma eleição e se cala quando é vitoriosa nas urnas”, afirmou Fuser. Para ele, “essas denúncias são ridículas. Os opositores gritam ‘fraude’ e nem sequer são capazes de especificar que ‘fraude’ seria essa, as situações concretas em que ela teria ocorrido”.
O professor não rejeita a possibilidade de que os resultados sirvam para levantar uma nova onda de protestos impulsionados pela oposição. Explica que a direita venezuelana “a julgar pelo seu passado e pela reação inicial ao resultado das urnas, prefere a via do confronto, na expectativa de que uma situação de caos favoreça uma intervenção estrangeira”.
Agência Efe
Observadores internacionais também validaram o processo em comunicado nesta segunda
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Fuser diz também que “a única esperança desses opositores é que os Estados Unidos derrubem o governo chavista, coisa que eles mesmos são incapazes de fazer”. Em comunicado nesta segunda (16/10) os Estados Unidos declararam que as eleições venezuelanas não foram livres nem justas.
A Venezuela atualmente passa por uma crise devido queda no preço do petróleo, principal produto de exportação do país. Para o professor, mesmo em tempos de crise econômica o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, sempre teve o apoio da população. “A participação majoritária dos venezuelanos na eleição da constituinte, em julho, e agora a vitória governista nas eleições para governadores mostram que o governo venezuelano, além de legitimidade constitucional, tem respaldo político para exercer seu mandato sem margem para qualquer questionamento”, afirma. Mais de 61% da população votante da Venezuela participou do pleito de domingo (15/10).
Para Fuser, as eleições foram uma demonstração de democracia “livre, limpa e competitiva” e que “a opinião pública esclarecida da maior parte do mundo, vê com satisfação o fato de que os venezuelanos estão enfrentando seus problemas de modo pacífico, com base na prática constante da consulta popular”.
Observadores Internacionais também validaram o resultado do pleito
Os porta-vozes dos observadores internacionais que foram à Venezuela para acompanhar as eleições regionais validaram nesta segunda feira (16/10) os resultados oficiais divulgados pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE). “A missão considera que o processo ocorreu de maneira bem-sucedida e que a vontade dos cidadãos expressada pacificamente nas urnas foi respeitada”, afirmou o presidente do Conselho de Especialistas Eleitorais da América Latina, Nicanor Moscoso.
Mais de 70 acompanhantes internacionais e mais de 1,5 mil fiscais nacionais acompanharam o processo eleitoral de domingo para fiscalizar as eleições, segundo detalhes da presidente da Assembleia nacional Constituinte do país, Delcy Rodríguez.